Após quase falência e ajuda do Bayern, Dortmund encara poderio rival
A final da Liga dos Campeões do próximo sábado, em Wembley, entre Borussia Dortmund e Bayern de Munique, pode ser vista como o final irônico de uma história que começou há 10 anos. Em 2003, quando estava à beira da falência e sem conseguir pagar salários, o Dortmund recebeu um empréstimo de 2 milhões de euros do Bayern. Ganhou fôlego extra no longo processo de reconstrução do clube, e hoje encara o poderio financeiro do rival na decisão da principal competição da Europa - contra um time que custou 100 milhões de euros a mais para ser montado.
Após o título alemão de 2002, o terceiro de sua história, o Borussia passou a afundar na crise financeira. Contratações milionárias que não deram certo haviam quebrado o clube pouco a pouco, aumentando a dívida e causando a venda do Westfalenstadion, arena do time. O presidente do Dortmund, Hans-Joachim Watzke, nega que o empréstimo do Bayern tenha "salvado" a equipe. Mas os dirigentes em Munique gostam de lembrar do episódio mesmo assim, apimentando ainda mais a decisão.
A crise do Borussia causou uma revolução no modo de pensar futebol do clube. No ápice dela, em 2005, todos os funcionários tiveram seus salários cortados em 20%. Desde então, a diretoria se concentra em uma política de contenção de despesas, desenvolvimento de jogadores na base e contratações de jovens promessas pelo mundo, sem gastar muito – a exceção foi a contratação de Marco Reus, por 17,1 milhões de euros. Já o Bayern desembolsou 37 milhões de euros para tirar o astro Mario Götze do Dortmund na próxima temporada.
A política do Dortmund não deu resultados imediatos. O clube passou longe das primeiras posições em 2005/06, mas lucrou com as vendas de Odonkor ao Betis, e Rosicky ao Arsenal. Nos dois anos seguintes, o time chegou a brigar contra o rebaixamento. Mas a confiança no modelo de trabalho foi mantida, e com a chegada do técnico Jürgen Klopp em 2008, a equipe retomou o caminho do sucesso. Agora, é hora de pôr à prova dois times montados de maneiras completamente distintas na maior decisão do continente.
Veja como foram montados os times titulares de Dortmund e Bayern:
Borussia Dortmund: 40,55 milhões de euros gastos (cerca de R$ 107,1 mi)
Weidenfeller: contratado de graça do Kaiserslautern em 2002
Piszczek: contratado de graça do Hertha Berlim em 2010
Subotic: contratado por 4,5 milhões de euros do Mainz em 2008
Hummels: contratado por 4,2 milhões de euros do Bayern de Munique em 2009
Schmelzer: revelado no Borussia Dortmund
Bender: contratado por 1,5 milhão de euros do 1860 Munique em 2009
Gündogan: contratado por 5,5 milhões de euros do Nuremberg em 2011
Kuba: contratado por 3 milhões de euros do Wisla Cracóvia em 2007
Reus: contratado por 17,1 milhões de euros do Borussia Monchengladbach em 2012
Grosskreutz: contratado de graça do Rot Weiss Ahlen em 2009
Lewandowski: contratado por 4,75 milhões de euros do Lech Poznan em 2010
Bayern de Munique: 142,2 milhões de euros gastos (cerca de R$ 375,6 mi)
Neuer: contratado por 22 milhões de euros do Schalke 04 em 2011
Lahm: voltou de empréstimo do Stuttgart em 2005
Boateng: contratado por 13,5 milhões de euros do Manchester City em 2011
Dante: contratado por 4,7 milhões de euros do Borussia Monchengladbach em 2012
Alaba: voltou de empréstimo do Hoffenheim em 2011
Martínez: contratado por 40 milhões de euros do Athletic Bilbao em 2012
Schweinsteiger: revelado no Bayern de Munique
Robben: contratado por 24 milhões de euros do Real Madrid em 2009
Müller: revelado no Bayern de Munique
Ribéry: contratado por 25 milhões de euros do Olympique de Marselha em 2007
Mandzukic: contratado por 13 milhões de euros do Wolfsburg em 2012