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Liga dos Campeões

Liga dos Campeões termina com premiação total de R$ 8,55 bilhões e brilho da rica Inglaterra

Pela 1ª vez desde 2013 sem Messi ou Cristiano Ronaldo em decisão, torneio teve distribuição recorde de dinheiro

1 jun 2019 - 04h40
(atualizado às 04h40)
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A mais rica de todas as edições da Liga dos Campeões da Europa chega ao fim neste sábado, em Madri, com o duelo entre Tottenham e Liverpool, clubes da mais rentável liga de futebol do mundo, a inglesa, que detém nove dos 20 times mais ricos do planeta e ofuscou até mesmo o talento de Messi e Cristiano Ronaldo nesta temporada.

São eles os protagonistas de uma Liga dos Campeões que teve elevada em 26% a premiação distribuída entre os 32 clubes participantes da fase de grupos. Desse modo, na temporada 2018/2019, a Uefa dividiu um bolo de 1,95 bilhão de euros (R$ 8,55 bilhões, na cotação atual).

A entidade compartilha valores de acordo com o desempenho prévio dos clubes nos últimos dez anos nas suas competições, outra parcela pelos direitos de transmissão e uma parte final relativa ao desempenho esportivo na atual edição da Liga dos Campeões.

Nessa partilha, a Uefa deu 15,25 milhões de euros (R$ 66,9 milhões) para cada time que entrou na fase de grupos. A partir do início dessa etapa, a divisão se deu pelos resultados em campo, com cada triunfo nesta etapa rendendo 2,7 milhões de euros (R$ 11,8 milhões), com 900 mil euros (R$ 3,95 milhões) por empate, sendo que cada igualdade provocou a divisão de mais 900 mil euros entre os 32 times dessa fase.

Como o Tottenham teve duas vitórias, dois empates e duas derrotas na fase de grupos da Liga dos Campeões, recebeu, por esse desempenho, 7,2 milhões de euros (R$ 31,6 milhões). Já o Liverpool, com três triunfos e três derrotas, faturou 100 mil euros a menos - 7,1 milhões de euros (R$ 31,1 milhões).

Já o desempenho no mata-mata rendeu 47 milhões de euros (R$ 206 milhões) para cada finalista. Foram 9,5 milhões de euros (R$ 41,7 milhões) pela conquista da vaga nas oitavas de final, 10,5 milhões de euros (R$ 46 milhões) pela classificação às quartas de final, 12 milhões de euros (R$ 52,6 milhões) por terem disputado as semifinais e mais 15 milhões pela presença na decisão em Madri. E essa premiação vai engordar as receitas de dois clubes que na última temporada superaram as 100 milhões de libras de lucro (cerca de R$ 495 milhões), de acordo com seus balanços financeiros.

Já a final renderá ao campeão um extra de "apenas" 4 milhões de euros (R$ 17,5 milhões). Mas deve alavancar receitas muito maiores, como destaca Carlos Aragaki, sócio do departamento de esportes da BDO. Na avaliação dele, a segunda participação consecutiva em uma decisão da Liga dos Campeões deverá fazer o Liverpool saltar da sétima posição, com 513 milhões de euros (R$ 2,25 bilhões), no ranking de receitas entre os clubes do mundo para a quinta quando os próximos balanços forem divulgados. "As receitas de publicidade e propaganda vão fortalecer as receitas do Liverpool, alavancando bons parceiros pelo desempenho esportivo", afirma Aragaki.

A lista de clubes com maior faturamento tem o Tottenham na décima posição, com 428 milhões de euros (R$ 1,877 bilhão). O clube recentemente inaugurou o seu estádio, mas, na avaliação de Aragaki, atuar em Wembley e o início da parceria com a Nike explicam o seu recente êxito financeiro. "Jogar em Wembley alavancou as receitas do Tottenham. O contrato com a Nike também os ajudou muito. Eles têm a maior loja da Nike do mundo, com 7 mil metros quadrados", diz o especialista.

Assim, mesmo atrás em receita dentro do próprio país para clubes os de Manchester, o United e o City, Liverpool e Tottenham conseguiram a classificação à final da Liga dos Campeões, suplantando gigantes como Barcelona, Real Madrid e a Juventus de Cristiano Ronaldo. "O futebol inglês está sobressaindo aos demais clubes, ter 45% dos 20 times mais ricos do mundo é muito significativo", comenta o sócio da BDO.

Com Tottenham e Liverpool, a Liga dos Campeões tem a sua primeira final desde 2013, quando o Bayern de Munique passou pelo Borussia Dortmund, sem a presença de Messi ou Cristiano Ronaldo, suplantados por times que nunca tiveram jogadores escolhidos pela Fifa como melhores do mundo, mas que compõe a mais rica liga de futebol do planeta.

Esse cenário pode indicar uma prevalência da tática bem estruturada por Maurício Pochettino, no Tottenham, e Jürgen Klopp, no Liverpool, diante da qualidade individual. "O talento vai decidir, mas não decide sempre. A estrutura tática existe para esse momento", pondera Roger Machado, técnico do Bahia.

Nas semifinais, inclusive, esses times avançaram sem contar com alguns dos seus principais jogadores nas partidas decisivas: Salah e Firmino, no Liverpool, além de Harry Kane, no Tottenham. "A gente valoriza muito mais a ação individual, sem entender que aquilo faz parte de uma engrenagem", concluiu o treinador.

Nesta temporada, sairá da engrenagem da mais rica liga nacional do mundo o próximo campeão europeu.

Estadão
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