Por que Red Bull pode ter dois times na Champions e o City não? Entenda a diferença
Girona, da Espanha, corre o risco de não disputar a competição europeia mesmo classificado
A edição 2024/25 da Champions League ainda nem começou, mas já é assunto fora de campo. Isso porque o inglês Manchester City e o espanhol Girona conquistaram vaga no torneio na próxima temporada, mas ambos têm o City Football Group (CFG) como acionista. O artigo 5 do regulamento da Uefa detalha que não é permitido a nenhum indivíduo, entidade legal ou clube ter ações, estar envolvido, ter poder ou ter controle e influência em mais de um time que participa dos torneios europeus.
Com isso, segundo o jornal britânico The Times, a Uefa apresentou ao CFG duas opções para que a vaga conquistada pelo Girona na competição europeia não seja prejudicada. Porém, por que essa regra não afeta o austríaco RB Salzburg e o alemão RB Leipzig, que têm ligação com a Red Bull?
A diferença está na participação que cada grupo tem nos respectivos clubes. O CFG é dono de 100% do Manchester City e de 47% do Girona, e um documento citado pelo The Times apontou que a empresa pode vender ações do clube espanhol até chegar ao teto máximo de 30% ou transferir todas para um fundo cego, que terá a supervisão de um painel de escolha da Uefa, para que o problema seja solucionado.
No caso do RB Salzburg e do RB Leipzig, a Uefa fez uma investigação no ano de 2017 e determinou que a Red Bull é proprietária de 99% das ações da RasenBallsport GmbH (Leipzig) e tem 49% dos votos, enquanto a relação com o clube austríaco se limitaria ao patrocínio. As duas equipes, desde então, têm coincidido em participações nas ligas europeias, e já chegaram a disputar a mesma edição da Champions League e da Europa League.
A dupla é apenas mais um exemplo de que o órgão de Controle Financeiro de Clubes da Uefa (CFCB) tem flexibilizado a regra ao longo dos anos e permitido a participação de clubes que pertencem ao mesmo proprietário em competições europeias. Só na temporada 2023/24, por exemplo, o Milan e o Toulouse (da RedBird) puderam disputar a Champions League e a Europa League, respectivamente.
Além deles, o Brighton e o Union Saint-Gilloise (Tony Bloom) e o Aston Villa e o Vitória de Guimarães (V Sports) também foram liberados pelo CFCB e ingressaram em competições da Uefa na mesma temporada.
Dessa forma, a expectativa é que o Girona consiga provar a autonomia e tenha a liberação junto à entidade para jogar a Champions League 2024/25. A decisão cabe ao Comitê Disciplinar da Uefa, e deve ser anunciada antes do início da temporada de futebol europeu, que começa no meio do ano.