Médico de campo da Conmebol fala sobre atendimento a Izquierdo: 'Seguimos os protocolos'
Juan Izquierdo, do Nacional, morreu na terça-feira, 27, cinco dias após ser internado; atleta de 27 anos deixou esposa e dois filhos
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Médico da Conmebol afirma que todos os procedimentos de resgate do jogador Juan Izquierdo foram corretos. Atleta de 27 anos deixa esposa e dois filhos.
O médico de campo Conmebol, André Pedrinelli, que participou do atendimento ao jogador uruguaio Juan Izquierdo, do Nacional, no campo do Morumbis, em São Paulo, na última quinta-feira, afirmou que todos os procedimentos adotados no resgate do jogador foram adotados corretamente. "Tudo foi feito corretamente, de acordo com os protocolos pré-estabelecidos pela Conmebol", disse em entrevista ao ge.
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Juan Izquierdo passou mal e durante a partida do Nacional contra o São Paulo, pelas oitavas da Libertadores. Ele ficou cinco dias internado no Hospital Albert Einstein, mas não resistiu e teve morte encefálica após uma parada cardiorrespiratória associada à arritmia cardíaca, falecendo terça-feira, 27. O atleta de 27 anos deixou esposa e dois filhos.
Pedrinelli era o médico responsável pela vistoria do estádio e treinamento de todos os profissionais de saúde no dia da partida, num posto também chamado de oficial médico - função existente nos dias de jogos da Sul-Americana e da Libertadores. Médico ortopedista, ele faz parte da comissão médica da Conmebol desde 2014 e também é diretor do Centro Médico de Excelência da FIFA.
"Tudo foi feito corretamente, de acordo com os protocolos pré-estabelecidos pela Conmebol. Antes da partida é realizado o treinamento com a equipe da ambulância para, caso fosse preciso ela entrar em campo, entrar no local correto e o mais rapidamente possível, e foi isso que aconteceu. Outro ponto que treinamos foi a comunicação com o árbitro. Ele faz um sinal apontando a emergência também, e até isso é treinado. Tudo isto agiliza a comunicação interna, que é feita via rádio, para a maior agilidade e clareza das ações", explicou.
Para o médico, o caso de Izquierdo não deve ser comparado com o de Christian Eriksen, que sofreu uma parada cardiorrespiratória em campo na Eurocopa de 2021.
"É difícil a comparação do caso do Juan com o Eriksen. O Eriksen teve o seu episódio acontecendo na lateral do campo, com as câmeras de televisão visualizando a jogada em si. No caso dele, o reconhecimento do quadro foi muito mais claro e rápido do que o do Izquierdo", iniciou.
"O caso Eriksen foi uma parada cardíaca de rápido reconhecimento. Ele cai e fica imóvel no chão. No caso do Juan tem pontos duvidosos que indicavam uma possível parada cardíaca e outros pontos que geram fatores clínicos divergentes. Ele teve um quadro convulsivo intenso e apresentava pulso e respiração quando entrou na ambulância. A decisão clínica não é nada fácil de ser tomada e não é questão apenas de conhecimento técnico", analisou Pedrinelli.
O médico explica que o 'mal súbito' de Izquierdo também contou com outro "fato complicador". "O quadro convulsivo que o Juan teve. Na hora é difícil saber o que ocorre como fator inicial, se o quadro cardiológico ou o neurológico", disse.
Apesar de destacar que todos os protocolos de atendimento foram seguidos, Pedrinelli considera importante 'repensar algumas regras'.
"Nos jogos da Fifa, por exemplo, existe uma equipe médica centralizada no campo, para entrar imediatamente em caso de emergência. É preciso repensar algumas regras e preparar melhor os profissionais que atuam nos jogos", finalizou.
