Governo argentino exime polícia por incidentes na Bombonera
O chefe de gabinete do governo argentino, Aníbal Fernández, garantiu neste domingo que a polícia federal do país não teve qualquer responsabilidade nos incidentes ocorridos na última quinta-feira, durante o clássico entre Boca Juniors e River Plate, pela Copa Libertadores. "Uma pessoa atirou algo para dentro do campo, não é culpa da polícia", disse o responsável por administrar o trabalho dos ministros do país, em entrevista a rádio Nacional Rock.
Nas horas seguintes a confusão generalizada ocorrida no estádio La Bombonera, chegou a ser divulgada uma versão de que o gás de pimenta que atingiu os jogadores do River, no túnel que dava acesso ao gramado, fora lançado por policiais.
No sábado, no entanto, análises toxicológicas revelaram que a substância lançada era um composto caseiro de pimenta picante, pimenta caiena e ácido para fermentação, chamada "mostacero", muito utilizada em rebeliões carcerárias, que provoca ardência e irritação.
O zagueiro Ramiro Funes Mori, os lateral esquerdo Leonel Vangioni, e os volantes Leonardo Ponzio e Matías Kranevitter tiveram inflamação química nos olhos. Após quase uma hora e meia de paralisação, o jogo foi suspenso.
Aníbal Fernández admitiu, no entanto, que não pode avaliar o trabalho dos agentes de segurança durante todo o jogo, por não conhecer detalhes da operação montada em virtude do Superclássico. O chefe de gabinete, no entanto, cobrou ações do Boca Juniors.
"Não é saudável o que aconteceu. A diretoria do clube terá que tomar as devidas providências. Certamente, posso dizer que eles não têm responsabilidade de um estúpido faz uma coisa dessas, mas bem, encontrem-no", disse.
Segundo informações divulgadas pelo jornal Clarín e o site Infobae, ainda não confirmadas pela Promotoria argentina, o responsável por lançar o composto no túnel foi o 'barrabrava' conhecido como "El Panadero", que é sócio do clube.
A Conmebol decidiu excluir o Boca Juniors da Copa Libertadores, fazendo assim com que o River Plate seja o próximo adversário do Cruzeiro. Além da eliminação, o time xeneize foi multado em US$ 200 mil (R$ 597,7 mil) e terá que fazer os próximos quatro jogos como mandante com portões fechados.