Motorista 'apagou' em ataque e diz que dirigente foi herói
Vice-presidente do clube, Horacio Paolini chegou a assumir o volante durante a confusão
As cenas de violência ocorridas nos arredores do Monumental de Núñez, no último sábado, poderiam ter acabado em tragédia, segundo o motorista do ônibus do Boca Juniors. Ele revelou que "apagou" durante o ataque ao veículo por torcedores do River Plate e que o vice-presidente do Boca, Horacio Paolini, evitou que o estrago fosse maior.
"O vice-presidente do Boca agarrou o volante do ônibus até que reagi de volta e tratei de fazer o possível para trazer todo mundo a salvo", declarou o motorista, conhecido como "El Gringo", em entrevista reproduzida pelo jornal La Nación. "Se o Paolini não tivesse pegado o volante, poderia ter sido uma tragédia."
O motorista revelou que, em meio aos ataques, uma pedra atravessou a janela ao seu lado e o acertou nas costelas. "Depois que vi a pedra, já não lembro de nada. Até que consegui pegar de volta o volante e falei: 'Estou bem'. Mas por um segundo, foi como se estivesse sem ar."
"El Gringo" ainda relatou os momentos dos quais se lembra. "O pior foi quando virei na Lindoro Quinteros. Ali, foi um ataque massivo. Depois, quando passamos pela rotatória, parecia que um exército nos esperava, como em uma zona livre. Vínhamos para um jogo de futebol, não uma guerra."
O apedrejamento do ônibus do Boca provocou lesões na região dos olhos de dois jogadores, os meias Pablo Pérez, que é o capitão do time, e Gonzalo Lamardo. Além disso, outros atletas passaram mal, pois um artefato contendo gás pimenta também foi atirado no veículo, e torcedores do River entraram em confronto com a polícia e invadiram o Monumental de Núñez.
Diante deste cenário, um longo impasse gerou o clima de incerteza visto por horas no sábado. O horário do jogo chegou a ser adiado em duas oportunidades. Somente quando as diretorias de River e Boca entraram em acordo e comunicaram o desejo do adiamento da data da partida, a Conmebol estabeleceu que ela fosse disputada neste domingo, às 18 horas (de Brasília).