De Kevin a pedradas, relembre a violência na Libertadores
O clássico entre Boca Juniors e River Plate na noite da última quarta-feira entrou para a longa e triste história de casos de violência promovidos por torcedores na Copa Libertadores. Na Bombonera, o torcedores do time da casa jogaram spray de pimenta nos jogadores visitantes e fizeram com que o duelo fosse suspenso na volta do intervalo do duelo válido pelas oitavas de final.
A Conmebol ainda não definiu o que fará com o Boca Juniors, mas, levando-se em consideração o histórico da competição, o clube de Buenos Aires não tem muito a temer quanto a punições. Relacionamos a seguir alguns casos recentes tristemente célebres de violência na competição continental que ajudam a manchar a fama do torneio.
2013 - Tensão no Horto
O Atlético-MG goleou o Arsenal de Sarandí na fase de grupos da Libertadores de 2013 por 5 a 2, mas a partida, que contou com golaço de Ronaldinho, foi manchada por conta da violência ao fim do jogo. Atletas da equipe argentina foram discutir com o árbitro após o apito final e foram reprimidos bruscamente pelo policiamento, que revidou com cassetetes e apontou suas armas contra os atletas. Os jogadores visitantes precisaram se refugiar no vestiário do Independência.
2013 - Kevin
O dia 20 de fevereiro de 2013 entrou para a história da Libertadores como uma de suas datas mais tristes. Em Oruro, na Bolívia, o jovem Kevin Douglas Beltrán Espada morreu após ser atingido com um sinalizador disparado pela torcida do Corinthians na partida contra o San José. Doze torcedores brasileiros ficaram detidos por meses e, após conseguir liberdade, vários foram flagrados em mais casos de violência - o presidente da organizada Pavilhão 9, Fábio Neves Domingos, foi assassinado neste ano em ataque à sede da torcida. Ninguém foi condenado pela morte de Kevin.
2011 - Agressão a Muricy
O Santos confirmou sua presença na final da Libertadores de 2011 após empate por 3 a 3 fora de casa com o Cerro Porteño, mas a partida no Defensores del Chaco não terminou bem. Os paraguaios começaram a arremessar objetos no gramado, e algo acertou a testa do técnico Muricy Ramalho.
2008 - Jogo sem fim
Mais uma vez o Cerro Porteño, mais uma vez o Defensores del Chaco. O Cruzeiro passou pela pré-Libertadores em 2008 para conseguir entrar na fase de grupos. O adversário foi o Cerro. O time celeste venceu as duas partidas, mas o segundo jogo nem acabou. Quando o placar marcava 3 a 2, o árbitro interrompeu a partida aos 25min do segundo tempo porque a torcida da casa passou a arremessar objetos no gramado e deu o duelo como encerrado.
2006 - Violência no Pacaembu
Antes de o Corinthians vencer a Libertadores em 2012, uma derrota pesava duramente sobre seus torcedores. Foi o que aconteceu em 2006. Eliminado pelo River Plate nas oitavas de finao, a equipe paulista perdia por 3 a 1 no Pacaembu quando parte da torcida se revoltou e ameaçou invadir o gramado. Foi necessário que um grupo pequeno de policiais segurassem fechado um portão que dava acesso ao campo.
2005 - Pancadaria na ida e na volta
A torcida do River Plate arranjou problemas nas duas partidas da semifinal de 2005 contra o São Paulo. No Morumbi, no triunfo tricolor por 2 a 0, os argentinos entraram em conflito com o policiamento, quebraram parte das cadeiras e chegaram a roubar um capacete da polícia. No Monumental de Nuñez, em que o São Paulo venceu por 3 a 2, os torcedores do time da casa jogaram pedras e outros objetos na torcida visitante.
2004 - Carrinho de mão
Durante as oitavas de final da Libertadores de 2004, o São Caetano visitou o América no México e se classificou às quartas com um empate por 1 a 1. A torcida da casa não ficou satisfeita e transformou o jogo em uma batalha. O goleiro Silvio Luiz trocou golpes com um gandula e sobrou até um carrinho de mão arremessado contra os jogadores do time do nullABC Paulista.