Corinthians e Santos fazem clássico de técnicos pressionados
Torcidas estão insatisfeitas com os jovens treinadores, que buscam tranquilidade para trabalhar
Guardado o devido clichê das proporções, Osmar Loss e Jair Ventura chegam ao duelo entre Corinthians e Santos, na noite desta quarta-feira, às 21h (de Brasília), na Arena Corinthians, em situação semelhante. Promissores e elogiados por trabalhos anteriores, os dois têm no clássico uma possibilidade de assegurar tranquilidade para trabalhar no período que inclui a parada para a Copa do Mundo.
Mandante no clássico e iniciante no cargo de comandante corintiano, Loss teve uma experiência no futebol profissional antes de Jair, sendo interino em jogos do Internacional nos anos de 2011 e 2012, além de ter dirigido o Bragantino por um breve período em 2015. Seus bons momentos, no entanto, se deram como treinador do sub-20 corintiano. Pelos juniores alvinegros, ele disputou quatro edições da Copa São Paulo, jogando 32 partidas e ganhando 30 delas, com dois títulos do torneio.
Foi esse repertório que deu a confiança necessária para a diretoria pouco tentar segurar Fábio Carille, contratado pelo Al Wehda após fabulosos 17 meses à frente do Timão, e oficializá-lo como o nome para dar seguimento à temporada corintiana. O começo, no entanto, está longe do esperado: quatro jogos disputados, com três derrotas e apenas uma vitória, tornando um triunfo frente ao Peixe fundamental para não ver os líderes se distanciarem.
Além disso, porém, Loss tenta solidificar na torcida a ideia de que é o nome certo para uma temporada que ainda reserva chances reais na Copa do Brasil (time está nas quartas, contra a Chapecoense) e na Copa Libertadores da América (time está nas oitavas, contra o Colo Colo). Ganhar um jogo "grande" pode ser o caminho mais curto nesse sentido.
Do outro lado, Jair ainda busca repetir no Santos o padrão de jogo estabelecido quando levou um desacreditado Botafogo da zona de rebaixamento no Brasileiro de 2016 à Libertadores da América de 2017, caindo apenas diante do campeão Grêmio. Sem o futebol vistoso que agrada os santistas, o filho do craque Jairzinho chegou a balançar no cargo com derrotas recentes, incluindo clássico contra o São Paulo e uma goleada por 5 a 1 sofrida contra o mesmo Grêmio.
O clima na Baixada Santista, que chegou a ser de medo com a invasão de torcedores ao CT e muitas pichações pedindo a saída do treinador, classificado como "retranqueiro". O barril de pólvora, no entanto, acabou molhado pela boa performance no 5 a 2 sobre o Vitória, no último domingo, na Vila Belmiro, dando sobrevida a Jair para encarar o maior rival do Peixe.
O próprio Jair sabe, no entanto, que a possibilidade de reverter a insatisfação da torcida passa por um bom resultado no clássico. Também classificado nas Copas do Brasil (enfrenta o vencedor de Cruzeiro e Atlético-PR nas quartas) e Libertadores da América (encara o Independiente nas oitavas), Jair busca afirmação para, com a parada para a Copa do Mundo, acertar a equipe e buscar voos maiores na temporada.