Tudo sobre a Copa do Mundo Feminina, que começa nesta sexta
Mulheres dão início à 8ª edição da competição nesta sexta-feira, na França; donas da casa, ao lado de EUA e Alemanha são as favoritas
Um dos eventos mais grandiosos do futebol, a Copa do Mundo chega a mais uma edição em 2019. As mulheres entram em campo na França a partir desta sexta-feira (6), pela oitava edição da competição. Atual campeã, a seleção dos Estados Unidos é também a maior vencedora da competição, com três conquistas. A Alemanha tem duas, enquanto Noruega e Japão tem uma cada. Em 2015, as norte-americanas levantaram a taça para uma audiência de 750 milhões de pessoas. E, nesta edição, a expectativa é que o interesse aumente ainda mais.
Se os homens disputam o torneio desde 1930, as mulheres só puderam brigar pelo título mundial a partir de 1991, na edição da China. Percorrendo as 11 sedes francesas, 24 seleções começam a luta pelo título. O número de equipes se repete pela segunda vez. Nas primeiras duas edições, 12 times disputaram os jogos. Entre 1999 e 2011, foram 16.
As seleções são dividas em seis grupos de quatro equipes cada, com três confrontos na primeira fase. Os primeiros e segundos lugares avançam para as oitavas, além dos quatro melhores terceiros colocados. França e Coreia do Sul dão o pontapé inicial nesta sexta, às 16h.
Premiação
Um dos alvos de maior questionamento no futebol feminino é a diferença de pagamento com relação à modalidade masculina. E na Copa do Mundo não é diferente. Existem boas e más notícias em 2019, mas a disparidade segue evidente. O ponto positivo é que a Fifa dobrou o pagamento no torneio. No entanto, a distância de valores é gritante. A seleção campeã mundial receberá 4 milhões de dólares (cerca de R$ 15,5 milhões). Enquanto isso, a França, que levantou o caneco em 2018 na Rússia, embolsou 30 milhões de dólares (cerca de R$ 116,4 milhões).
Estádios
Nove estádios vão receber as melhores jogadoras do mundo durante o mês da Copa. O primeiro jogo acontecerá no Parque dos Príncipes, casa do Paris Saint-Germain, enquanto a final será no Parc Olympique Lyonnais, em Lyon. Apenas duas arenas comportam mais de 40 mil torcedores.
Parc Olympique Lyonnais, Lyon, 59,186 pessoas
Parc des Princes, Paris, 48,583 pessoas
Allianz Riviera, Nice, 35,624 pessoas
Stade de la Mosson, 32,900 pessoas
Roazhon Park, Rennes, 29,164 pessoas
Stade Océane, Le Havre, 25,178 pessoas
Stade du Hainaut, Valenciennes, 25,172 pessoas
Stade Auguste-Delaune, Reims, 21,127 pessoas
Stade des Alpes, Grenoble, 20,068 pessoas
Transmissão
Pela primeira vez na história, todos os jogos serão transmitidos. Na televisão aberta, Rede Globo e Bandeirantes vão exibir as partidas, enquanto o SporTV e a Band Sports transmitem na TV fechada.
VAR
O árbitro de vídeo foi utilizado pela primeira vez em Copas do Mundo na última edição do torneio masculino, em 2018, na Rússia. Apesar de alguns erros, a Fifa considerou um sucesso a operação. Em março, a entidade confirmou a implementação do VAR na competição feminina após cursos preparatórios realizados em Doha e Abu Dhabi. Na época, Pierluigi Collina, Presidente do Comitê de Árbitros da Fifa, afirmou que, após os seminários, a organização percebeu que todos estão aptos a trabalhar com a nova ferramenta.
Veja o resumo dos grupos:
Grupo A
França - Favorita
A França é uma das grandes favoritas da competição. Não só por sediar o Mundial, mas também pelo desenvolvimento da seleção. É uma equipe que tem a fama de amarelar em competições importantes, mas pode emplacar desta vez. Com uma mistura de atletas jovens e experientes, a atacante Le Sommer e a meio campista Amandine Henry são alguns dos destaques, mas o grupo é o trunfo da equipe.
Noruega - Não deve ir longe
A Noruega poderia contar no elenco com a atual melhor jogadora do mundo, Ada Hegerberg. No entanto, em 2017, ela anunciou que não vestiria mais a camisa da seleção por acreditar que as mulheres não recebiam o mesmo tratamento que os homens. E, desta vez, não foi diferente. As norueguesas viveram o auge nos anos 90, quando se sagraram campeãs do mundo em 1995. A expectativa é que cheguem embaladas, apesar de não terem Ada.
Nigéria - Não deve ir longe
É a seleção africana mais forte da competição. Das 13 edições da Copa Africana, as nigerianas foram campeãs em 11. Elas sempre acabam sendo perigosas, mas tem dificuldades em âmbito mundial. Tem a chance de avançar ao mata-mata desta vez.
Coreia do Sul - Não deve ir longe
Ainda não é uma potência do futebol mundial, mas está em ascensão no futebol feminino. A melhor campanha das sul-coreanas foi até as oitavas de final em 2015 e a expectativa neste ano não passa disso.
Grupo B
Alemanha - Favorita
A Alemanha é uma das favoritas e atuais campeãs olímpicas. A seleção deve contar com um grande número de torcedores e busca o tricampeonato. O time não vive o melhor momento dos últimos anos, mas pode dar trabalho durante o mundial.
China - Não deve ir longe
A China participou de todas as edições da Copa do Mundo, mas vem perdendo força nos últimos anos. Nas competições de base, a seleção tem atuações promissoras, mas no adulto as atuações não tem sido boas.
Espanha - Pode surpreender
A Espanha teve um crescimento na liga nacional e começa a colher os frutos na seleção. O time tem mais destaque nos torneios de base e, mas chega sólida na França. A equipe não é considerada uma das favoritas, mas pode surpreender.
África do Sul - Não deve ir longe
A África do Sul está fazendo a estreia em Copas do Mundo em 2019. A seleção apareceu no radar do futebol feminino após a classificação para as Olimpíadas de 2012 e depois em 2016. As expectativas para elas, porém, não é muito boa. Deve ser a seleção mais fraca do grupo.
Grupo C
Itália - Pode surpreender
A Itália não disputa a Copa desde 1999 e vem aumentando os investimentos no futebol feminino nos últimos anos, principalmente entre os clubes tradicionais do país. O time mescla experiência e juventude e a atacante Barbara Bonansea é uma das principais atletas. Deve ser a principal rival do Brasil pelo segundo lugar do grupo.
Brasil - Não deve ir longe
A Seleção Brasileira participou das oito edições da competição e a melhor campanha foi em 2008, quando as brasileiras chegaram à final, mas acabaram derrotadas pela Alemanha. Esta será a última Copa do trio Marta, Formiga e Cristiane, já que as duas últimas confirmaram a aposentadoria do time após o torneio. Com nove derrotas na preparação, o Brasil chega com expectativas baixas ao torneio. Deve passar da primeira fase, mas no mata-mata a previsão é de pouca força.
Austrália - Pode surpreender
Em franco crescimento no cenário do futebol feminino, a Austrália se consolidou como um dos principais times da modalidade atualmente. Sempre oferecendo perigo ao Brasil, as australianas tentam ganhar mais força em âmbito mundial. O objetivo neste momento é chegar mais longe no mata-mata. A atacante Sam Kerr é a principal atleta da equipe.
Jamaica - Não deve ir longe
Estreante em Copas, a Jamaica tem um elenco com jogadoras muito jovens, mas bom valores entre elas. Por isso, a expectativa não é alta nesse primeiro momento. Apesar disso, a equipe fez alguns amistosos interessantes antes do Mundial.
Grupo D
Inglaterra - Pode surpreender
A Inglaterra estruturou e investiu no futebol feminino nos últimos anos e, na França, chega pela primeira vez com condições de disputar o título. Terceiro lugar no Mundial passado, o time ainda não é considerado favorito, mas tem grandes chances de surpreender.
Japão - Pode surpreender
Depois do título inédito na Copa do Mundo de 2011, o Japão não conseguiu renovar a seleção com qualidade. Porém, a equipe é tradicional no futebol feminino e fez uma boa preparação antes do Mundial contra times fortes. A expectativa é de chegar ao menos ao mata-mata.
Escócia - Não deve ir longe
Estreando em uma Copa do Mundo, a Escócia não carrega expectativas altas na competição deste ano, mas tem um time organizado. A seleção tem algumas jogadoras que atuam em ligas maiores de países vizinhos e venceu o Brasil em amistoso de preparação. Kim Little, que marcou o gol nesta partida, é a principal jogadora da equipe.
Argentina - Não deve ir longe
A Argentina ainda é uma seleção considerada fraca no cenário do futebol feminino e chega à Copa do Mundo sem grandes expectativas. Depois de anos fora da competição, as argentinas almejam que o futuro seja mais brilhante do que o passado e até o presente
Grupo E
Canadá - Pode surpreender
Com forte tradição no futebol feminino, o Canadá sempre chega forte às Copas do Mundo. No último Mundial, a seleção decepcionou, caindo nas oitavas de final em casa. Na França, as canadenses passam por fase de renovação e tem a última oportunidade de triunfar com a geração da atacante Christine Sinclair, a maior jogadora da história do país.
Holanda - Pode surpreender
A atual geração da Holanda é a melhor da história e venceu a Eurocopa de 2017. Por isso, a equipe chega ao Mundial da França - que é apenas o segundo delas - como uma das candidatas a surpreender. A falta de experiência pode pesar, mas a equipe conta com jogadoras interessantes, como Lieke Martens e Shanice van de Sanden, mas o grupo pode fazer a diferença.
Nova Zelândia - Não deve ir longe
A Nova Zelândia sofre com pouca concorrência a nível continental e quando é exigida em mundiais acaba entregando menos do que se espera. Com quatro participações em Copa, a seleção nunca chegou às oitavas de final. É uma equipe que também sofre com falta de renovação.
Camarões - Não deve ir longe
Esta será a segunda Copa consecutiva da seleção de Camarões. Na última edição, elas conseguiram a classificação história às oitavas de final. Apesar disso, o time não tem bom rendimento recente e não deve brigar por vaga no mata-mata.
Grupo F
Estados Unidos - Favorita
Atuais campeãs, as norte-americanas são as favoritas para a conquista do quarto título. Será a última Copa da geração de ouro dos Estados Unidos, que conquistou a medalha de ouro na Olimpíada e Mundiais. E, apesar de não viverem o melhor momento, sempre são perigosas.
Suécia - Pode surpreender
Já foi uma das principais seleções do mundo, mas nunca conquistaram um título de expressão. Com um time mesclado de experiência e jogadores mais jovens, as suecas tentam superar os problemas para voltar ao protagonismo. Ficar fora do mata-mata seria uma surpresa, apesar de alguns resultados ruins na preparação.
Tailândia - Não deve ir longe
As tailandesas vão para a segunda Copa do Mundo. Apesar de ser uma força do futebol asiático nos anos 80, a Tailândia parou no tempo. O quarto lugar na Copa da Ásia foi a melhor colocação nos últimos 30 anos.
Chile - Não deve ir longe
As chilenas fazem a primeira Copa do Mundo da história. Apesar de estarem crescendo na América do Sul, isso não deve ser suficiente para um bom desempenho no Mundial. Elas foram as vice-campeãs da Copa América, perdendo para o Brasil. Atualmente disputam com a Colômbia para ver quem é a segunda força no continente.
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