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Mundial Sub 20

Estreia na Nova Zelândia tem casa cheia, haka e fantasiados

Primeiro jogo do Mundial Sub-20 reuniu 25 mil torcedores em Auckland; disputa terminou com empate entre Nova Zelândia e Ucrânia

30 mai 2015 - 21h33
(atualizado às 21h37)
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Com bateria formada por “kiwis” – tanto a fruta como o pássaro símbolo da Nova Zelândia - e a tradicional performance haka dos maoris, o segundo evento mundial mais importante de futebol teve início neste sábado no estádio North Harbour, em Auckland. Os neozelandeses mostraram que o fanatismo por esportes não está restrito ao rúgbi e que futebol também está no sangue: 25 mil ingressos foram vendidos, e o jogo entre Ucrânia e Nova Zelândia teve casa cheia. “Nós amamos futebol”, afirmou a família Nieuwland pouco antes da partida; ela ainda garantiu que vai seguir o All Whites no torneio.

Como manda a tradição neozelandesa quando se trata de estádio, muitos foram fantasiados à estreia do Mundial Sub-20. Perucas, chapéus, pinturas no rosto e roupas customizadas ficaram para os mais criativos, enquanto outros aderiram apenas à bandeira. Os amigos Gary Dome e John Lyon chamaram a atenção em meio à multidão que ainda tentava encontrar o portão de entrada correto. “Estamos vestidos para a vitória. Usamos esse conjunto na Copa do Mundo de 2010 na África do Sul e no ano passado, no Brasil”, disse Gary, fanático pelo esporte.

Bateria Guggemusik, que tocou na entrada do estádio
Bateria Guggemusik, que tocou na entrada do estádio
Foto: Thais Sabino / Especial para Terra

O trio Dale Warburton, Tracey Hodge e Davi Richardson escolheu traje branco com cartola, bengala e saia de tule - para Tracey, é claro.  O grupo disse acompanhar jogos de rúgbi, mas afirmou ter o futebol como esporte número um. A cor não foi escolhida à toa já, que é o branco que representa a seleção de futebol neozelandesa. Além disso, a organização do evento divulgou uma promoção que sem dúvida ajudou torcedores a escolherem o traje para o dia. Quem vestisse branco e postasse foto no Twitter com a hashtag #NZWhiteOut concorreria a uma viagem para assistir ao jogo do Liverpool contra Brisbane Roar, em julho.

Campanha para redes sociais movimentou estreia do torneio
Campanha para redes sociais movimentou estreia do torneio
Foto: Thais Sabino / Especial para Terra

Em menor quantidade, torcedores da Ucrânia carregaram bandeiras do país para dentro do estádio e, apesar de tímidos no início ao encontrarem outros conterrâneos vestidos de azul e amarelo, organizaram cantos de vitória para o time em frente ao portão principal do local. O ucraniano Igor Revenko acompanhou o jogo ao lado de amigos neozelandeses, em uma rivalidade saudável e amistosa. Pavel Prokofyev e o filho Lev irão viajar pela Nova Zelândia para prestigiar a seleção ucraniana.

“Torcedores-coruja”

O público de um “mix” de nacionalidades inclui familiares e amigos daqueles que podem ser os próximos craques da Copa do Mundo. A família do meio-campista neozelandês Matthew Ridenton chegou ao North Harbour carregando bandeiras e vestindo camisas com o nome do jogador. “Meu filho vai jogar, viemos apoiar”, disse Georgina Ridenton.

Jovem neozelandesa que fez pintura no rosto para apoiar o All Whites
Jovem neozelandesa que fez pintura no rosto para apoiar o All Whites
Foto: Thais Sabino / Especial para Terra

Já o pai do brasileiro Andrea Pereira viajou 25 horas de Manchester até Auckland para acompanhar o filho no torneio. “O Brasil não entra em um campeonato para perder, vamos ganhar”, comentou Marcos Pereira. “Sou um torcedor-pai, não fico no meio da torcida, gosto de ficar em um lugar mais tranquilo, caso o jogo vá mal e a torcida comece a reclamar, não quero ouvir”, contou. Marcos viaja no domingo para New Plymouth, onde a Seleção Brasileira fará estreia no dia 1° de junho, e segue Andreas até “a final, se tudo der certo”.

País do rúgbi, Mundial de futebol

A seleção neozelandesa de rúgbi, popularmente chamada de All Blacks, é conhecida mundialmente pelo bom desempenho em campeonatos. O críquete é outra modalidade em que o país se destaca – e sediou recentemente torneios mundiais dos dois esportes -, no entanto, a tradição neozelandesa no futebol ainda está bastante atrás de seleções europeias e sul-americanas. O CEO do comitê de organização local, Dave Beeche, afirmou em entrevista que nunca houve temor de fracasso do evento, mas que a Fifa e uma equipe na Nova Zelândia trabalharam por dois anos e meio para organizar o evento.

Estádio North Harbour, em Auckland
Estádio North Harbour, em Auckland
Foto: Thais Sabino / Especial para Terra

“O futebol não é o esporte número um na Nova Zelândia, mas é o com maior participação. Existem mais crianças jogando futebol do que qualquer outro esporte”, afirmou o CEO. A equipe local organizou eventos de incentivo nas escolas, e o Mundial Sub-20 chega para incentivar ainda mais o crescimento do esporte no país.

Além de avisos e propagandas, a Fifa criou um espaço de entretenimento ligado ao futebol que estará aberto no centro de Auckland durante todo o torneio, o Fever Pitch. Os torcedores também contam com ônibus especial do centro da cidade até o estádio. Atividades especiais e relacionadas ao turismo também estão acontecendo a todo vapor nas próximas semanas: “É uma oportunidade única para mostrar as belezas neozelandesas. Nosso papel é maximizar o evento”, acrescentou Rebecca Ingram, gerente geral de eventos do departamento de turismo da Nova Zelândia.

Família neozelandesa vestida de branco para apoiar o All Whites
Família neozelandesa vestida de branco para apoiar o All Whites
Foto: Thais Sabino / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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