"Festa junina" brasileira termina em decepção em Auckland
Torcida brasileira foi maioria em estádio da final e até fez festa junina em Auckland em dia de derrota brasileira na decisão
O sábado da final do Mundial Sub-20 começou com frio e chuva em Auckland, onde o Brasil enfrentou a seleção da Sérvia e perdeu no tempo extra por 2 a 1. Mas se pelas ruas da cidade as pessoas estavam se escondendo nas coberturas de lojas e prédios, os apaixonados por futebol ignoraram o tempo ruim para acompanhar a partida. A comunidade brasileira organizou uma festa junina, com comidas e bebidas típicas, além de um telão para a transmissão do jogo; o Santos Café, cujo antigo dono era brasileiro, preparou caldinho de feijão para a final; e torcedores das duas equipes fizeram uma “batalha” de baterias nos arredores do estádio.
O encontro aconteceu no bar The Merchant, próximo ao Estádio North Harbour, na zona norte de Auckland. De um lado, brasileiros fizeram uma roda de samba com cantos de apoio ao Brasil. Do outro, sérvios e torcedores do time europeu batucaram, balançaram bandeiras, usaram megafone para chamar a atenção e mostraram que sabem festejar. Regados à chuva e cerveja, os torcedores adversários competiram no barulho e empolgação sem perder o espírito esportivo. Policiais tiveram que conter os ânimos de alguns que subiram em mesas e cadeiras para mostrar a força da torcida.
Em meio aos brasileiros, estava o peruano Coco Santana, com camisa verde e amarela e pintura no rosto. “Moro há mais de 20 anos aqui, fui a seis jogos e não podia faltar à final para apoiar o Brasil. Somos como irmãos. Sou apaixonado pelo futebol brasileiro desde a época do Sócrates”, contou.
O mexicano Enrique Ruvaltaba também apoiou a Seleção Brasileira neste sábado: “Brasil e México são bem próximos, é o coração latino-americano batendo”, afirmou. O sérvio Stevan Petrovic, líder dos tambores na torcida, contou que os pintados de vermelho e azul “eram de todo lugar”. Dragan Petrovic, morador da Nova Zelândia há sete anos, estava tão animado para a final que fez um corte de cabelo em homenagem à seleção servia.
A chuva deu uma trégua e parou poucos minutos antes do jogo, o que colaborou para o estádio lotado, com filas nas lanchonetes, banheiros e corredores. A apresentação da bateria carnavalesca AKA Samba, com dançarinas vestindo trajes típicos da festividade brasileira, reuniu curiosos de diferentes nacionalidades, entre elas, sérvios, que mesmo gritando o nome da seleção durante a apresentação, não deixaram de fotografar. Com mais animação pré-jogo do que qualquer outra partida, quando a bola começou a rolar não foi diferente. Os cantos, batuques, aplausos e vaias perseveraram do início ao fim da partida.
Arquibancada não parou
Os meninos da Seleção Sub-20 balançaram o coração do torcedor brasileiro, com drible na área e tiro na trave de Gabriel Jesus, chute ao gol de João Pedro que passou raspando e a defesa espetacular de Jean quando o jogador Sergej Milinkovic cabeceou a bola para o gol após a cobrança de escanteio.
O segundo tempo não foi diferente e o Brasil abriu com tiro ao gol que deixou o goleiro da Sérvia no sufoco. O primeiro gol foi para o time europeu, em chute de Stanisa Mandic, mas o empate veio três minutos depois com gol de Andreas Pereira que driblou três na área e balançou a rede. A revanche da Seleção Brasileira mostrou que, apesar de a torcida sérvia estar fazendo barulho, o time era favorito no estádio: a comemoração foi da maioria.
O segundo gol da seleção da Sérvia, feito por Nemanja Makisimovic, faltando cinco minutos para o final do tempo extra, deixou a decepção para os torcedores do Brasil, que enfrentaram chuva e vento na expectativa de uma vitória. As arquibancadas ficaram praticamente vazias após o apito final e durante a premiação.