Por que o sonho do Palmeiras incomoda tanta gente
O fato de ter um patrocinador forte ajudou a aumentar a antipatia
Sim, a final decepcionou quem esperava um futebol mais ofensivo de Santos e Palmeiras. Mas quem somos nós para discordar do mestre Tostão, que escreveu na sua coluna da Folha que “grandes finais costumam sem ser brilho e elas devem ser celebrizadas e poetizadas.”
O fato é que Palmeiras chegou ao bicampeonato na Libertadores e agora vai lutar pelo título mundial. É a chance de acabar com as piadinhas sobre o título de 51, que o clube tentou homologar na FIFA sem sucesso. E de se livrar também da grudenta música: “O Palmeiras não tem Mundial. Não tem Copinha, não tem Mundial.”
O curioso no caso do Verdão é que a torcida contra ultrapassou há muito tempo os já esperados secadores corintianos, são-paulinos e santistas. Os jogadores do Flamengo, por exemplo, sempre lembram de cantar a música em referência aos títulos que o Palmeiras ainda não conquistou.
O aumento dos secadores de plantão cresceu quando o Palmeiras ganhou um novo patrocinador em 2015. Com dinheiro de sobra e contratando muitas vezes sem precisar, o Verdão irritou ainda mais os rivais. Curiosamente, no ano em que investiu menos e apoiou a base, o alviverde já conquistou dois títulos, está na final da Copa do Brasil e vai disputar o Mundial.
Além de gerar antipatia por ser o primo rico, o Palmeiras é o único grande paulista a não ter o Mundial na sala de troféus. E é para manter essa piada em dia que os torcedores rivais já começaram a vestir a camisa do Bayern de Munique.
Eis aí a graça do futebol: rivalidade sem violência.