No futebol brasileiro é todo mundo xingando todo mundo
Baixaria contaminou o ambiente do esporte mais popular do País
Dias atrás, o ex-lateral Fábio Aurélio disse que Neymar decepcionou ao não ganhar até hoje nenhuma Bola de Ouro. Em resposta, o craque do PSG, chamado de otário por Galvão Bueno em outubro do ano passado, desabafou: “Cansado desses ex-jogadores pra falar merda.”
Já no início desta semana, Luizão, campeão do mundo em 2002, referiu-se a Vinicius Junior, do Real Madrid e da Seleção brasileira, como “burro”, durante o podcast “Reis da Resenha”, da Rádio Jovem Pan. “É burro, não sabe tirar a bola do goleiro, não sabe fazer gol.”
Outra treta que tomou conta do noticiário envolveu o apresentador de TV Neto e Deyverson, do Palmeiras. No ar, pela Band, em março, Neto falou que o jogador é um “babaca”, revoltado com o fato de Deyverson lhe ter mostrado o dedo médio durante uma live que fazia com o goleiro Jaílson, atualmente no América-MG.
Gabigol também não foge à regra dessas baixarias. No final de fevereiro, ao desperdiçar um gol em jogo com o Resende pelo Carioca, torcedores que estavam no Engenhão o vaiaram. Ele então retrucou com gestos irônicos e desencadeou um coro de xingamento contra si.
Dias depois, Gabigol passeava com amigos num shopping da zona sul do Rio e não gostou de ver um fotógrafo registrando seu dia de folga. Seus parças e ele próprio então se voltaram para o fotógrafo com palavras pouco amistosas: “arrombado, filho da p***”. O clima ficou pesado e por pouco não houve agressão física.
O xingamento da torcida aos árbitros e treinadores é uma rotina do futebol, mas parece que aumenta a cada semana. Só em 2022, Abel Braga, do Fluminense, já viveu isso algumas vezes. A última foi nessa terça (20), no Maracanã. O time perdia por 2 a 0 para o Vila Nova-GO, pela Copa do Brasil, e das arquibancadas podia-se ouvir o cântico ofensivo: “Abel, vai tomar no c*”. Depois, com a virada no placar para 3 a 2, o técnico recebeu aplausos.