Para Bom Senso, Liga-Sul-Minas-Rio teria de incluir pequenos
O futebol brasileiro só vai começar a se recuperar quando houver um calendário voltado para os clubes de menor investimento. Essa é a avaliação do Bom Senso FC. O grupo que reúne atletas a favor de melhorias no esporte não considera que a criação recente da Liga Sul-Minas-Rio represente isoladamente algum avanço na modernização do futebol.
"Se não houver uma ação voltada para os mais de 500 clubes que ficam sem atividade por oito ou nove meses por ano, nada mudará no futebol brasileiro. Nesse universo, de mais de 20 mil atletas, é que podem ser garimpados uma infinidade de jogadores talentosos. Esses clubes formadores estão sufocados por um calendário que os asfixia. Só jogam o Estadual e depois seus profissionais cruzam os braços", disse ao Terra um dos porta-vozes do Bom Senso, Thiago Gasparino.
"Não estou dizendo que a nova liga deva abraçar todos esses clubes, até porque ela nasceu regionalizada. Mas ela poderia dar um primeiro passo nesse sentido".
Segundo ele, o Bom Senso vê legitimidade na tentativa de grandes clubes buscarem novas receitas com competições mais atraentes. Mas, reforça, a medida pode ter o caráter de excludente se a recém-criada liga, por exemplo, não ampliar o número de participantes.
"Eles têm de dar chance aos menores, aos clubes do interior, nem que isso seja feito gradativamente. Esses devem ser convidados para uma segunda edição do torneio. Não podem ser esquecidos. Sem isso, não se pode caracterizar esse movimento como algo que vá modernizar o futebol. Não, se não ampliar o leque, não avança".