Pelé doou terreno para movimento habitacional, lembra ativista
Integrante de movimento habitacional levou para funeral foto do dia que conheceu ídolo do futebol
Membro da Associação Habitacional Movimento Pelé, Lindomara Alves de Macedo, de 69 anos, esteve presente no funeral de Pelé nesta terça-feira, 3, na Vila Belmiro, em Santos (SP). Emocionada, a ativista contou ao Terra um encontro que teve com o ex-jogador de futebol no ano em que ele doou um terreno para o movimento.
Segundo relatou, Pelé era proprietário majoritário da área que era ocupada pelo movimento.
"Eu comecei a negociar, fui conversar com o Pepe [ex-companheiro de Pelé no Santos] e chegou até o Pelé", disse.
Depois disso, ela chegou a receber uma ligação do próprio Rei do Futebol e hesitou em acreditar no que estava acontecendo.
"Foi emocionante! Ele ligou para minha residência. Pensei que fosse mentira", detalhou.
A partir dali, foi combinado um encontro com o Rei para oficializar a doação do terreno. Após quatro anos de negociações, o ex-jogador decidiu fazer a doação para o movimento de moradia em 1992. "Ele disse: 'Fique sossegada, esse terreno já é de vocês'".
Na ocasião, ela e outros integrantes do movimento aproveitaram para tirar foto com Pelé. A imagem é a mesma que ela carregou consigo para o velório, nesta terça-feira, 3, na Vila Belmiro.
Desde a segunda, 2, o corpo de Pelé era velado na casa que o revelou para o mundo. O ídolo morreu na quinta-feira, 29, um mês após ficar internado no Hospital Albert Einstein.
Lindomara relembra como se sentiu ao saber da morte do ídolo.
"Fiquei muito sentida. Chorei demais, não sai de casa, fiquei deitada", disse. "Eu queria que ele tivesse mais tempo de vida, mas Deus sabe o que faz".
"Além de rei do futebol, o Pelé também foi rei da habitação", acrescentou.
*Com colaboração de Karen Lemos.
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