Polícia de Londres analisará vídeo de ato racista em metrô
Scotland Yard afirmou que levará o caso, que aconteceu antes da partida Paris Saint-Germain x Chelsea, "muito a sério" e que irá colaborar com as autoridades francesas
A polícia metropolitana de Londres (Scotland Yard) analisará o vídeo do incidente ocorrido nesta terça-feira no metrô de Paris, no qual é possível observar um grupo de supostos torcedores do Chelsea empurrando um homem negro para impedir que ele entre em um vagão.
A Scotland Yard afirmou que levará o caso, que aconteceu antes da partida Paris Saint-Germain x Chelsea, pela Liga dos Campeões da Europa, "muito a sério" e que irá colaborar com as autoridades francesas "em todas as ações que decidam tomar".
A gravação, feita com um telefone celular pelo inglês Paul Nolam, que presenciou o incidente da plataforma da estação, mostra como os homens impedem repetidamente que o cidadão entre no vagão, na estação de Richelieu-Drouot, no centro da capital francesa.
No fundo é possível ouvir gritos de "Chelsea, Chelsea, Chelsea" e também "somos racistas e estamos orgulhosos de ser", enquanto as pessoas ao redor presenciam a cena sem acreditar, incluindo a vítima, que educadamente tenta entrar no vagão várias vezes.
O clube inglês, que nesta quarta emitiu um comunicado no qual condena o comportamento racista e se compromete a apoiar ações legais contra os envolvidos, fez um pedido para que sejam encontradas testemunhas do caso.
O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e a federação inglesa de futebol também condenaram o comportamento dos supostos torcedores e apoiaram a decisão do Chelsea de tomar ações legais contra os envolvidos.
"É um vídeo muito preocupante que mostra um possível crime. Estou confiante que a polícia francesa levará o caso muito sério e sei que a Scotland Yard e o Chelsea os apoiarão em tudo o que puderem", disse Cameron.
O inglês Paul Canonville, o primeiro negro a jogar no clube londrino, disse estar "muito triste" pelo incidente e declarou que esses torcedores "devem ser inabilitados pelo resto da vida". "Para mim, como negro, é algo que dói. Não foi nada bonito de se ver nem ouvir", disse Canonville, que pediu aos torcedores para que identifiquem os envolvidos.