Por que a seleção da Holanda é chamada de 'Laranja Mecânica'? Conheça origem do apelido
Europeus fizeram história nas Copas de 1974 e 1978 com futebol revolucionário, que inspira novas táticas até hoje; cor é homenagem à família real
Grande favorita do Grupo A a se classificar para o mata-mata da Copa do Mundo de 2022, a Holanda é considerada a maior seleção dentre as que nunca conquistaram o título mais importante do futebol. Campeã da Eurocopa de 1988, brilhou no século passado com o timaço que a rendeu o apelido de "Laranja Mecânica", inspirado no clássico filme de Stanley Kubrick. Vice dos Mundiais de 1974 e 1978, jogava um futebol revolucionário.
O estilo de jogo, comandado pelo técnico Rinus Michels do banco e Johan Cruyff, grande craque daquela equipe, em campo, também foi chamado de "Carrossel Holandês". Nele, os jogadores, com exceção do goleiro, não ocupavam posições fixas e rodavam no gramado com um toque de bola imparável.
A tática se traduziu em resultados marcantes na Copa de 1974, como os 4 a 0 na Argentina e os 2 a 0 no Brasil, que eliminaram a Canarinho. Na final, a forte Alemanha Ocidental conseguiu parar os laranjas, mas o esquadrão que ficou com o vice-campeonato foi tão marcante que é até hoje mais lembrado do que os campeões.
A Holanda ainda chegaria para a decisão mais uma vez, em 1978, quando perdeu para os 'hermanos', que jogavam em casa. De lá para cá, só avançou à disputa pelo título em 2010, sendo derrotada pela Espanha, e ficou fora da última Copa, a de 2018, retornando em 2022. No Brasil, em 2014, ganhou da seleção brasileira por 3 a 0 pelo terceiro lugar.
Uniforme laranja em homenagem à família real
O apelido "Laranja Mecânica" não se dá apenas pelo futebol, mas também, logicamente, pela cor das camisas, marca registrada do time. A origem do uniforme remete à monarquia holandesa, à qual a família real é da Casa de Orange-Nassau. A Federação Holandesa de Futebol decidiu representá-los e, como "Orange" significa "Laranja", a tonalidade foi estabelecida no futebol.
A Europa é conhecida por seus monarcas. Além da Inglaterra, que tem a família mais "famosa" mundialmente, outros países da Copa de 2022, como Bélgica (Casa de Saxe-Coburgo-Gota) e Dinamarca (Casa de Schleswig-Holstein-Sondeburg-Glücksburg), possuem ramos imperiais, e a segunda também homenageou sua monarquia na camisa deste ano.