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Raffael deixa o Brasil para entrar na história do Mönchengladbach

Atacante brasileiro é um dos destaques do clube alemão, que está acima do Bayern de Munique no campeonato

23 nov 2018 - 05h11
(atualizado às 08h14)
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O começo de temporada do Borussia Mönchengladbach no Campeonato Alemão impressiona. A equipe, que conta com o cearense Raffael Caetano de Araújo, de 33 anos, está em segundo lugar com 23 pontos, três acima do Bayern de Munique. O atual heptacampeão alemão, aliás, foi derrotado pelo vice-líder dentro de casa, por 3 a 0. Em entrevista ao Estado, Raffael comentou sobre a boa fase do time e lembra momentos com a camisa do clube alemão, onde está há cinco temporadas.

"Estamos jogando de maneira diferente da temporada passada, criando chances e fazendo gols. Jogamos com três atacantes e três jogadores de muita qualidade no meio", diz o brasileiro sobre a boa fase do Mönchengladbach. A equipe tem o segundo melhor ataque do torneio, ao lado do Eintracht Frankfurt, com 26 gols. O rival mais letal é o líder Borussia Dortmund, com 33 vezes.

Raffael faz história no Borussia Mönchengladbach
Raffael faz história no Borussia Mönchengladbach
Foto: Reprodução site Borussia Mönchengladbach / Estadão

"Quando entro, o técnico só me pede para voltar para ajudar na defesa. Lá na frente, tenho liberdade, posso atuar da maneira como quiser. Fora de campo, tento ajudar os mais novos, tem muitos garotos no time e tento passar experiência para eles", explica o atacante sobre seu papel no time. Atualmente, o Mönchengladbach está quatro pontos atrás do Borussia Dortmund na tabela do Campeonato Alemão e já foi eliminado da Copa da Alemanha.

INSISTÊNCIA

Ao relembrar sua chegada ao Mönchengladbach, Raffael destaca a persistência do clube em contratá-lo. "Passei cinco anos no Hertha e quando estava para sair de lá, o Borussia me procurou, mas preferi ir para a Ucrânia, pela questão financeira. Lá, não me adaptei e quiseram me emprestar. De novo o Borussia teve interesse, mas me mandaram para o Schalke. Depois de uma temporada no Dínamo de Kiev, fizeram mais uma proposta e vim para cá em definitivo", relata, sobre a ida ao clube no início da temporada 2013-14.

Segundo ele, a adaptação foi tranquila, e seu estilo de jogo encaixou com o de Lucien Favre, treinador na época. Por isso o brasileiro conseguiu render e hoje pode entrar entre os dez maiores artilheiros da história do clube - tem 70 gols. Com mais quatro, passa Ulrich Kohn. "Isso é importante, porque estou entre grandes jogadores da história. Tenho certeza de que, quando sair, a torcida vai lembrar de mim. Mas ainda não me considero ídolo, porque para isso, é necessário ganhar títulos", diz sobre a marca.

Ele sabe que ganhar com o Borussia é difícil na Alemanha. "É bem difícil falar em título aqui, até porque a realidade é outra. Nos últimos anos tem o domínio do Bayern, complica para competir no Alemão. Tem a Copa da Alemanha também, que é uma competição em que qualquer time pode chegar e duas temporadas atrás fomos até a semifinal, e acabamos perdendo. Mas vai que tem uma surpresa nesse ano", brinca.

MELHORES MOMENTOS

Se não conquistou nada ainda, Raffael pelo menos ajudou a equipe a voltar para a Liga dos Campeões. "Foi bom, mas acabamos dando azar nos sorteios. Na primeira vez, caímos em um grupo com City, Juventus e Sevilla, e ficamos na última posição. Na outra, ficamos de novo com o City, além do Barcelona, de Messi. Pelo menos conseguimos a vaga na Liga Europa dessa última vez", comemora.

Havia uma informação no país de que Raffael poderia se naturalizar alemão para ser convocado para a seleção. Ele nega. "Primeiramente, disseram que não entendiam como eu não era testado no Brasil. Então, surgiu essa especulação, de que poderia ser convocado para a Alemanha, mas não passou disso, não houve contato da federação comigo. Lógico que minha primeira opção seria defender o Brasil, mas jogaria por eles sem problemas", admite sobre a situação.

O atacante diz ainda que não tem intenção de voltar ao Brasil. "Minha ideia é ficar por aqui. Tenho quatro filhos na Alemanha, a educação é melhor no país, fica difícil voltar. Já estou adaptado", comenta o atacante sobre o futebol e a vida fora.

Raffael ainda tem mais um ano de contrato com a equipe.

Estadão
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