Reviravolta complica situação de Caboclo na CBF
Federações voltam a se unir e pedem renúncia do dirigente
Mesmo depois de ter sido inocentado da acusação de assédio sexual e moral na CBF, o presidente afastado da entidade, Rogério Caboclo, sofreu um grave revés nessa quarta (25), quando as 27 federações estaduais elaboraram uma carta pedindo a sua renúncia. Caboclo foi suspenso por 15 meses pela Comissão de Ética da CBF por “conduta inapropriada” contra uma funcionária da confederação.
Para que a punição seja aprovada, é preciso que 21 federações a avalizem em assembleia. Até a manhã de quarta (25), o cenário era totalmente favorável a Caboclo, que já contabilizava votos de sobra para não ser suspenso.
Tudo mudou durante o dia, notadamente após uma reunião no Hotel Windsor Marapendi, na Barra da Tijuca, com os dirigentes de federações e os oito vice-presidentes da CBF. Deliberaram ali que se houvesse um consenso para a troca do coronel Antônio Nunes, que ocupava interinamente a presidência sem nenhum poder de decisão – preposto que era do ex-presidente da CBF Marco Polo Del Nero -, as federações rumariam em conjunto para uma solução.
Foi quando se decidiu que os vices escolheriam outro interino. Isso se deu em seguida, na casa de Fernando Sarney, que é um dos vices, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Do encontro resultou a definição de que Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Federação Baiana de Futebol, ficaria no lugar do coronel Nunes.
Com isso, deflagrou-se uma debandada dos que antes pensavam em apoiar Caboclo. O dirigente, no entanto, diz que não vai renunciar e que continuará lutando para voltar ao cargo, agarrando-se à interpretação da Comissão de Ética da CBF e de juristas que ele consultou, de que foi vítima de um linchamento público, pois não cometera nenhum assédio.