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Rivalidade entre Inter e Grêmio nunca esteve tão evidente

5 set 2019 - 14h57
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Foto: Wesley Santos / Gazeta Press

Dois dos grandes times do futebol mundial protagonizaram nos últimos dias situações explícitas de uma rivalidade sem fim. Internacional e Grêmio jamais haviam avançado simultaneamente até a reta final de competições paralelas ao Brasileiro. Fizeram isso neste ano e quis o destino que a alegria e tristeza dessas torcidas numa semana tomasse rumo totalmente oposto em menos de dez dias.

Na terça-feira passada, o Grêmio conseguiu uma virada épica sobre o Palmeiras na capital paulista e assegurou vaga nas semifinais da Libertadores. No dia seguinte, o Inter, em casa, foi eliminado da mesma competição pelo Flamengo. Naquela noite de quarta-feira, uma série de foguetórios propiciados por gremistas tirou o sono de muitos colorados em dezenas de cidades do Rio Grande do Sul.

Um dia da caça, outro do caçador, repetiram, certamente, alguns torcedores do Inter na noite de ontem (quarta, 4), depois que seu time impôs o placar de 3 a 0 sobre o Cruzeiro, no Beira-Rio, e se garantiu na final da Copa do Brasil – vai disputar o título contra o Athletico-PR.

A euforia dos rubros foi completa e pôde ser constatada ainda em seu estádio. Pouco antes do início da partida com os mineiros, o Grêmio decidia sua vaga à final da Copa em confronto com o Athletico-PR, na Arena da Baixada. Como havia vencido o primeiro jogo por 2 a 0, chegou a Curitiba como favorito. Mas os paranaenses devolveram os 2 a 0 e asseguraram a presença à final nas cobranças de pênaltis.

Assim que o goleiro Santos defendeu o pênalti batido por Pepê e selou a classificação do Athletico, o Beira-Rio ‘explodiu’ numa festa só comparável a uma conquista de título pelo Inter. A emoção entre os colorados também se espalhou por várias cidades gaúchas, com novos foguetórios e muita gozação sobre os arquirrivais.

Para o jornalista Marcio Dolzan, repórter da sucursal Rio do Estadão, e torcedor do Internacional, há realmente um sentimento de alegria incontida entre seus pares quando o Grêmio é eliminado de uma competição. Ele, no entanto, não compara a euforia de um revés do adversário com um grande feito obtido pelo seu time. “Pelo menos pra mim, é muito mais gostoso ver o Inter chegar a uma final, ganhar uma decisão.”

Já o empresário, escritor e também jornalista Ricardo Linck, gremista convicto, não é direto na resposta à pergunta sobre o que mais lhe satisfaz – se o sucesso do seu time de coração ou o fracasso do Inter. No entanto, deixa no ar o que pensa sobre isso ao contar uma história de anos atrás, quando era adolescente e se viu envolvido em uma discussão áspera com seus primos colorados.

O fato se deu em 1984, quando a Seleção Brasileira foi representada por 12 jogadores do Inter na Olimpíada de Los Angeles e conseguiu chegar à final. Para acompanhar a decisão pela TV, Linck e seus primos compraram muitos morteiros. O relato dele, bem humorado, dá uma pista do tamanho da rivalidade entre as duas torcidas.

“A intenção deles era festejar o título. Mas a França venceu a partida e o Brasil não conquistou a medalha de ouro. Eu, então, quis soltar os fogos. Claro que eu via naquela Seleção Brasileira a cor vermelha do Inter. Meus primos tentaram me impedir e o tempo fechou. Hoje, eu sei que fiz uma coisa horrível e muito provavelmente não repetiria o gesto".

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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