Ronaldo Fenômeno e Luxemburgo: uma relação cheia de tretas
Os dois personagens estão cara a cara de novo, agora no Cruzeiro
O novo todo-poderoso do Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno, e o atual técnico do time, Vanderlei Luxemburgo, têm um histórico de tretas que podem acumular mais um capítulo nos próximos dias. Há indicações claras de que o ex-craque quer ver a equipe mineira sob outro comando.
A relação deles, hoje amistosa, mas ainda assim tensa, teve momentos de pouca leveza. Um deles se deu em Salvador, em junho de 1999, pouco antes de dois amistosos da Seleção brasileira contra a Holanda, o primeiro naquela capital e o outro em Goiânia.
Ronaldo estava convocado, mas, por causa de uma contratura muscular, foi cortado do grupo. Na oportunidade, Luxemburgo concederia entrevista coletiva para falar sobre os preparativos dos dois jogos e a Assessoria de Imprensa da CBF abriu espaço para que o atacante e o médico José Luiz Runco também participassem do encontro com os jornalistas para explicar o afastamento do camisa 9.
A questão é que os repórteres estavam mais interessados em obter respostas de Ronaldo. Sentindo-se menosprezado, Luxemburgo se levantou num rompante e disse que deixaria o local. Sua reação impressionou o atacante, o médico e os demais presentes. Logo, Ronaldo, com um leve sorriso de desconforto, e Runco se retiraram e o técnico então deu continuidade a entrevista, no auditório do hotel que hospedava a Seleção.
Anos depois, em 2005, Luxemburgo treinava o Real Madrid, que tinha Ronaldo como grande estrela, e ambos se desentenderam várias vezes. O atacante ficou irado, por exemplo, ao ser substituído durante partida decisiva contra a Juventus, pela Liga dos Campeões, na qual o Real precisava de mais um gol para buscar a classificação e acabou eliminado
Uma outra treta foi provocada por causa da decisão de Luxemburgo de impedir um hábito dos jogadores merengues. Na concentração, antes do jantar, eles sempre bebiam um pouco de vinho e cerveja. Faziam isso há tempos e correspondiam em campo. Luxemburgo cortou esse barato do grupo, mesmo após apelo de Ronaldo para que não interferisse no assunto.
O próprio treinador reconheceria que sua demissão do clube teve relação direta com Ronaldo – o presidente do Real não gostou de ver o jogador substituído num jogo contra o Getafe, em dezembro de 2005, pelo Campeonato Espanhol.