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Seleção brasileira faz diante da Venezuela seu primeiro jogo oficial no Mato Grosso

Equipe principal, que entra em campo nesta quinta-feira, não joga em Cuiabá desde 2002; em toda a história, foram apenas quatro amistosos no Estado

12 out 2023 - 09h10
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O Brasil enfrenta a Venezuela nesta quinta-feira na Arena Pantanal em um jogo válido pela terceira rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, mas que também servirá como estreia: será a primeira vez na história centenária da seleção que a equipe fará um jogo oficial no Mato Grosso. Até aqui, foram apenas quatro jogos no Estado com o time principal, e todos eles amistosos.

Nem mesmo o estádio dos confrontos anteriores existe mais. Inaugurado em 1975, o Estádio José Fragelli foi demolido em 2010 para a construção da Arena Pantanal, que em 2014 sediaria quatro partidas da Copa do Mundo. Agora, receberá um jogo oficial da seleção brasileira pela primeira vez.

A torcida mato-grossense, claro, está em polvorosa. Na terça-feira, mais de cinco mil torcedores puderam assistir à parte final do treino. A maior parte era composta por crianças e adolescentes, que nem sequer haviam nascido na última vez que o Brasil jogou por lá, em março de 2002.

"Temos de explorar mais isso. Vi hoje (terça) na parte final do treino o tanto de criança… Você vê crianças com sonhos podendo ver seus ídolos, suas inspirações. Isso nos motiva muito, é bom ter esse contato com o torcedor, ver crianças e jovens nos apoiando, é uma demonstração de carinho grande", comentou o goleiro Ederson. "Já foi isso em Belém, povo caloroso, nos sentimos acolhidos. É sempre bom ser bem recebido, como está sendo aqui e como foi em Belém."

Especialmente na última década, seja por força de contrato, seja por opção da CBF, a seleção brasileira atuou num número muito restrito de cidades no País, ou então no exterior. Os jogos por aqui se limitaram a oito cidades - Rio, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Brasília e, raramente, Manaus. A exceção foram jogos das seleções de base ou feminina.

Quando assumiu a CBF, o presidente Ednaldo Rodrigues prometeu levar a seleção a outras praças. A única exigência dele era de que os locais oferecessem boas condições de jogo e de logística. Assim, o Brasil estreou nestas Eliminatórias do renovado Mangueirão, em Belém, e agora atuará em Cuiabá. "É uma premissa da nossa gestão aproximar a seleção dos torcedores de todas as regiões do Brasil. Já tivemos uma partida na região norte, em breve (nesta quinta) no centro-oeste e depois será a vez da região sudeste ser contemplada", disse Rodrigues na semana passada, ao anunciar que o clássico com a Argentina, em novembro, será realizado no Maracanã.

Brasil venceu os quatro amistosos em Cuiabá

Não é por falta de bons resultados que a seleção tenha jogado pouco no Mato Grosso. O Brasil venceu todas as partidas por lá, entre o início da década de 1980 e março de 2002, na reta final de preparação para a Copa do Mundo do Japão e da Coreia.

Brasil 2 x 0 Suíça - 21 de dezembro de 1980

Comandada por Telê Santana, a seleção brasileira venceu a Suíça na primeira vez que jogou em Cuiabá. Os 2 a 0, contudo, não foram de encher os olhos, como relatou o Estadão à época.

"Quando Telê Santana deixou os vestiários da seleção brasileira, no domingo à noite, após a vitória diante da Suíça, causou estranheza sua expressão tranquila, segura, uma demonstração de que estava satisfeito com sua equipe. Afinal, não haveria motivo para tanta calma, pois o Brasil tinha feito uma despedida aquém das expectativas, apresentando displicência na marcação e excessiva lentidão, motivos suficientes para normalmente irritar um treinador exigente como ele", escreveu o então jovem repórter Antero Greco, enviado especial do jornal.

A vitória saiu com gols de Sócrates e Zé Sérgio, o que segundo o jornal resultou em "uma verdadeira festa para Cuiabá". O texto narra ainda que "a organização esteve perfeita, houve muita mordomia, mas ontem o presidente da Federação Mato-Grossense de Futebol anunciava que, apesar de Cr$ 17 milhões de renda (cerca de R$ 6,2 milhões), o amistoso provocou fortes prejuízos".

Edição de 23 de dezembro retrata Telê Santana, que ficou satisfeito apesar do fraco futebol da seleção
Edição de 23 de dezembro retrata Telê Santana, que ficou satisfeito apesar do fraco futebol da seleção
Foto: Acervo / Estadão / Estadão

Brasil 1 x 0 Equador - 15 de março de 1989

A seleção brasileira teve a estreia de Sebastião Lazaroni como técnico na segunda vez em que atuou em Cuiabá. E essa primeira partida sob novo comando "não poderia ser pior", narrou o Estadão à época. "Venceu o fraco time do Equador por apenas 1 a 0 e deixou claro que precisa de muito trabalho para ser uma equipe competitiva." O gol brasileiro foi marcado por Washington, atacante que atuava pelo Guarani.

Naquele jogo, nem o mais ansioso torcedor local ficou satisfeito e isso parece ter se refletido em campo. "Os jogadores brasileiros perderam a tranquilidade com as vaias da torcida e quase nada fizeram durante todo o segundo tempo", registrou o jornal.

Edição de 16 de março tem destaque para chegada de Bobô ao São Paulo além da estreia de Lazaroni na seleção
Edição de 16 de março tem destaque para chegada de Bobô ao São Paulo além da estreia de Lazaroni na seleção
Foto: Acervo / Estadão / Estadão

Brasil 3 x 1 Finlândia - 15 de abril de 1992

Bebeto, duas vezes, e Paulo Sérgio marcaram para o Brasil de Carlos Alberto Parreira na vitória sobre a Finlândia. A vitória naquele amistoso foi mais agradável que as registradas nos jogos anteriores em Cuiabá, mas nem por isso significou sossego.

Em 1992, quando iniciava a montagem do time que dali a dois anos conquistaria o tetracampeonato mundial nos Estados Unidos, Parreira estava preocupado com um novo fenômeno: o interesse de clubes europeus por atletas brasileiros. Isso fez com que ele chegasse a cogitar uma "seleção permanente", o que facilitaria os treinamentos. A ideia, porém, foi deixada de lado logo de cara.

Edição de 16 d e abril tem uma avaliação de Carlos Alberto Parreira sobre o amistoso
Edição de 16 d e abril tem uma avaliação de Carlos Alberto Parreira sobre o amistoso
Foto: Acervo / Estadão / Estadão

Brasil 6 x 1 Islândia - 7 de março de 2002

A última vez que o Brasil jogou em Cuiabá o time era comandado por Luiz Felipe Scolari. E a goleada sem sobressaltos sobre a Islândia, além de encher o torcedor mato-grossense de orgulho, também serviu para Felipão definir mais nomes que levaria para a Copa do Mundo.

"Amistoso definiu mais quatro nomes para a Copa", estampou o Estadão nos dias que se seguiram à vitória. "Anderson Polga, Kleberson, Gilberto Silva e Kaká estão praticamente garantidos." De fato, todos eles estiveram na campanha que rendeu o penta para o Brasil. Os gols naquele jogo foram marcados por Ânderson Polga (2), Kléberson, Kaká, Gilberto Silva e Edílson.

Edição de 9 de março do Estadão cita os jogadores que foram bem naquele amistoso
Edição de 9 de março do Estadão cita os jogadores que foram bem naquele amistoso
Foto: Acervo / Estadão / Estadão
Estadão
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