Sob pressão, Tite precisa manter Seleção no topo da tabela
Time vai jogar em uma semana contra Chile, Argentina e Peru
Na Seleção Brasileira, Tite manuseia uma panela de pressão com fogo alto, defeito na válvula e sem apito. Em outras palavras, precisa levar a equipe a obter bons resultados nas três próximas partidas pelas eliminatórias do Mundial de 2022 – contra Chile (quinta-feira, em Santiago), Argentina (dia 5, em São Paulo) e Peru (dia 9, em Pernambuco).
Como há coisas no futebol brasileiro que desafiam o bom senso, há de se perguntar por que Tite estaria com o cargo sob ameaça se a Seleção lidera as eliminatórias com folga de seis pontos sobre a segunda melhor, a Argentina.
A questão não está pelo que a Seleção produz ou deixa de produzir. Vai muito além disso e diz respeito a manifestações do presidente Jair Bolsonaro que não vê com simpatia a presença de Tite no comando da equipe.
Caberia aqui outra pergunta: mas que diabos tem a ver o presidente da República com o técnico da Seleção? A princípio, em princípio e por princípio, não teria de ter nada. Mas não é assim que funciona.
Bolsonaro já deu seu pitaco que ecoou na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Por lá, tanto o ex-presidente banido pela Fifa, Marco Polo Del Nero, que mantém ingerência nos rumos da entidade, quanto o presidente afastado, Rogério Caboclo, não defendem mais Tite, dispostos que estão a não desagradar o chefe da nação.
Os dois travam uma disputa política na CBF, no momento sob o comando do presidente interino Ednaldo Rodrigues.
Caboclo é alvo de denúncias de assédio sexual e moral, que ele nega – a primeira delas foi descaracterizada pela Comissão de Ética da entidade, que não entendeu como assédio uma conversa do dirigente com uma funcionária da casa, gravada e editada antes de ser veiculada.