Copa da Primeira Liga em 2018 ainda é uma incógnita
Na antevéspera do Natal, a Primeira Liga elegeu seu novo presidente. Trata-se de Marcus Salum, do América-MG. O vice será o presidente do Paraná, Leonardo Oliveira. A primeira missão da dupla é tentar viabilizar o torneio de 2018. Não vai ser fácil, pela falta de datas. Em ano de Copa do Mundo, o calendário do futebol brasileiro ficou mais apertado ainda e aumentou as dificuldades da Liga.
Existe a hipótese de a competição ser disputada exatamente no período do Mundial, em junho e julho, mas isso esbarra em alguns problemas, como, por exemplo, na resistência de alguns clubes.
Pode causar estranheza entre torcedores que representantes de dois clubes que não são de ponta, embora na Série A do Campeonato Brasileiro, estejam à frente da Liga. Esse ‘recuo’ é estratégico e tem por objetivo dar fôlego à entidade, depois de um ano em que os clubes de elite que figuram entre seus fundadores desdenharam da competição criada pela Liga.
Salum e Oliveira, no entanto, querem estruturar um planejamento de longo prazo à Liga, a fim de consolidar a entidade e torná-la atrativa para o público. Mesmo passando por um momento de indefinições, a Liga mantém contrato com a TV Globo para a transmissão do torneio em 2018 e 2019.
Consta no estatuto da Primeira Liga que qualquer clube será desfiliado automaticamente se estiver fora das Séries A e B do Brasileiro. Dessa forma, Joinville e, agora, a Luverdense-MT, ambos na Série C, não têm como participar da edição 2018 do torneio. Caso regressem à Série B, o caminho estará aberto para fazer parte novamente do grupo.
Se em 2018 o calendário nacional vai representar o maior obstáculo para a Liga, o ano de 2019 não deve ser diferente, pois o Brasil sediará a Copa América, de 7 a 30 de junho desse ano.
O mandato de Salum é de dois anos. Integrante do Conselho de Administração do América-MG, ele vai substituir em janeiro Gilvan Tavares, presidente do Cruzeiro, que teve uma gestão apagada na Liga.
Como o Atlético-MG estava em período de eleição, o Grêmio passou as últimas semanas totalmente voltado para a Libertadores e o Mundial de Clubes, e o Inter não quis desviar o foco de seu retorno à Série A do Brasileiro, a composição da nova diretoria da Liga priorizou clubes menos tradicionais.
Até porque, politicamente, não havia consenso para que Flamengo ou Fluminense assumissem a entidade, e praticamente ninguém concordava que o controle deveria permanecer com o Cruzeiro, em razão de um acordo tácito a favor de um revezamento na presidência.