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Superliga: jogadores na Europa se posicionam, tomam partido

Muitos deles contestaram publicamente a criação da nova entidade

21 abr 2021 - 17h22
(atualizado às 17h37)
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O futebol mundial presenciou o desmoronamento da Superliga da Europa, criada e desfeita em 48 horas, e viu que os protagonistas do movimento contrário à elitização do esporte no continente foram vários jogadores que atuam em grandes clubes dali. Ander Herrera, Podolski, Mesut Ozil, só para citar alguns, não hesitaram em vir a público para criticar a Superliga, o que teve peso importante para que ela não prosperasse.

Não custa fazer um paralelo com o que ocorre no Brasil. Aqui, reina o silêncio, dificilmente jogadores de destaque emitem alguma opinião sobre assunto polêmico, tomando partido a respeito de uma ou outra situação que diz respeito à coletividade.

Grupo de integrantes do Bom Senso FC em visita à presidente Dilma Rousseff, em maio de 2014
Grupo de integrantes do Bom Senso FC em visita à presidente Dilma Rousseff, em maio de 2014
Foto: Facebook / Reprodução

A maioria dos craques brasileiros prefere usar as redes sociais com frequência para comentar um ou outro reality show, praticamente silenciando sobre a pandemia de covid-19, por exemplo, com cuidados que se poderia ter para evitar a disseminação do coronavírus, etc.

Exceção é o atacante Richarlison, hoje no Everton, da Inglaterra. Muito além de se posicionar contrário à Superliga e manifestar isso por meio de redes sociais, o brasileiro demonstra personalidade constantemente. Foi assim quando levantou a voz contra a misoginia, o racismo, queimadas no Pantanal, apagão recente no Amapá e se tornou embaixador da USP na campanha de conscientização sobre a covid-19.

Anos atrás, em 2013, um grupo de atletas do País, incluindo ex-jogadores, tentou um movimento que rompesse essa barreira. Com a criação do Bom Senso FC, houve algumas articulações e pautas defendidas pelo grupo ganharam publicidade com protestos pacíficos no horário dos jogos. Na linha de frente, o então zagueiro Paulo André deu a cara a tapa, e até recebeu a solidariedade de colegas.

Mas, com o tempo, ele e uma parcela reduzida de seus pares se viram abandonados pela classe. Internamente, lamentavam a falta de apoio de grandes jogadores do Brasil que tinham (e têm) muito espaço na mídia, mas ignoravam o Bom Senso FC, que encerrou suas atividades em julho de 2016.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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