Técnico de Neymar no sub-15 diz que craque vai 'voar' no PSG
Lucho Nizzo, 54 anos, foi o primeiro técnico de Neymar nas seleções de base da CBF. Treinava a Sub-15, em 2007, quando convocou o futuro craque, então franzino, mas já dono de uma habilidade que impressionava todo mundo. Com ele, o time conquistou o Mundialito do Mediterrâneo em 2008, em Barcelona, um torneio anual que reúne grandes times, como Arsenal, Bayer de Munique, entre outros, e algumas seleções nacionais. Mesmo à distância, Nizzo nunca deixou de acompanhar o dia a dia de Neymar e está convencido de que o jogador fez mais um gol de placa ao se transferir do time catalão para o PSG.
“Digo isso por várias razões. Por mais que decidisse jogos e títulos, ele continuaria sendo o número 2 no Barcelona. Lá, a majestade de Messi continuará intocável por muitos anos. O Neymar tem o direito e toda a capacidade para ser o protagonista. Tem também questões táticas e técnicas. No PSG, já deu para notar, ele tem liberdade para vir por dentro e se deslocar para os lados. No Barcelona, isso ficava a cargo do Messi. Com a motivação dele e do grupo a resposta do torcedor do PSG, o Neymar vai voar lá na França.”
Atualmente no América-RJ, onde faz um bom trabalho, Nizzo costumava chamar Neymar de ‘magrinho’ e conta como foi a reação do craque ao lhe transmitir uma orientação, num jogo daquele Mundialito, contra o Locomotiva de Moscou.
“Ele vinha apanhando, levando pancada a partida inteira e a arbitragem não punia quem batia. Então eu falei pra ele: ‘evita partir pra dentro, senão vão te arrebentar’. Aí ele olhou pra mim rapidamente, piscou o olho e respondeu: ‘professor, eu vou continuar partindo pra dentro, podem me bater, não vou parar’. Ou seja, já estava escrito. Aquele cara com corpinho de criança e espírito de adulto já começava a deslanchar.”
Para Nizzo, uma das qualidades mais destacadas em Neymar é a velocidade que ele imprime sem perder o controle da bola. “Também consegue com facilidade mudar de direção conduzindo a bola com maestria.”
O técnico trabalhou 10 anos com seleções de base da CBF e se orgulha de ter dado oportunidade a outros grandes jogadores, entre os quais Philippe Coutinho, Alisson, Casemiro, Renato Augusto, Giuliano, Marcelo, Wellington Nem e Fernando (ex-volante do Grêmio e da seleção). Deixou a confederação em 2010 para trabalhar como auxiliar técnico de Bebeto no América-RJ. Depois, chegou a dirigir por um período o Al-Raed, da Arábia Saudita. No ano passado, estava no Vila Nova-MG.