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Torcedores voltam aos estádios em São Paulo; veja regras

Retorno dos torcedores paulistas na Série A do Brasileirão começa nesta terça-feira, com Corinthians x Bahia, na Neo Química Arena

5 out 2021 - 06h06
(atualizado às 07h46)
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Neo Química Arena será o primeiro estádio de SP a receber público na Série A (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
Neo Química Arena será o primeiro estádio de SP a receber público na Série A (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)
Foto: Lance!

A retomada da presença de público em São Paulo acontece nesta terça-feira, 5, na Neo Química Arena, com Corinthians x Bahia. Será a primeira vez depois de mais de um ano e meio que uma competição nacional no estado contará com torcedores no estádio. O Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, já recebeu torcida na partida entre Red Bull Bragantino e Libertad, pela Sul-Americana.

Embora tenha liberado a volta dos torcedores, o Governo do Estado de São Paulo condicionou esse retorno a uma série de regras e protocolos. Sendo o primeiro deles uma restrição na capacidade dos estádios, que poderão receber somente 30% de sua lotação máxima. Sendo assim, a Arena em Itaquera terá, no máximo, cerca de 15 mil corintianos no duelo com o Tricolor baiano.

Esse limite está previsto para ser aumentado em 16 de outubro para 50% e depois, em 1º de novembro, para 100%, ou seja, todos os assentos dos estádios estarão liberados para serem comercializados. Ainda assim, em qualquer dessas datas, o uso de máscara será obrigatório como modo de prevenção.

Para entrar no estádio, o torcedor precisará apresentar o esquema vacinal completo, ou seja, as duas doses - dose única no caso da Janssen - ou o comprovante de uma dose da vacina juntamente com um teste negativo de PCR (com 48h de antecedência ao jogo) ou com um teste de antígeno (com 24h de antecedência ao jogo). Álcool em gel e distanciamento também são exigidos.

No Morumbi, por exemplo, crianças com até 14 anos e 11 meses de idade não poderão ir à partida. Após o são-paulino comprar o ingresso, será necessário realizar o check-in, apresentar o voucher (comprovante de compra) e o documento de identificação (CPF). O São Paulo recebe o Santos na próxima quinta-feira, às 18h30, pela 24ª rodada do Brasileirão-2021.

Alívio

A pandemia de covid-19 eclodiu no Brasil e, desde março do ano passado, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos não atuam com o apoio de seu torcedor. Vão voltar a desfrutar da experiência nesta semana. Eles comemoram o dinheiro da bilheteria que retornará aos cofres depois de deixarem de arrecadar quase R$ 200 milhões no péríodo.

Em mais de um ano e meio sem torcida no Allianz Parque, Neo Química Arena, Morumbi e Vila Belmiro, Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos lamentaram não ter o incentivo de seu torcedor de perto, cantando, festejando gols e, em alguns casos, até vaiando. A frustração é motivada por interesses esportivos e, também, financeiros. Tão doloroso quanto o silêncio dos estádios foi o prejuízo com a ausência de bilheteria, uma das principais fontes de renda das equipes.

Segundo levantamento da consultoria Sports Value, os quatro principais clubes de São Paulo somaram quedas das receitas referentes à bilheteria de R$ 146 milhões em 2020 comparando os valores com o ano anterior.

Considerando os jogos de 2021, a perda acumulada chega a R$ 171 milhões. O cálculo considera apenas o dinheiro ganho com ingressos. O faturamento proveniente de produtos oficiais, alimentos e bebidas e sócio-torcedor, que são parte do 'matchday', não está nessa conta.

O Corinthians arrecadou R$ 62,3 milhões com bilheteria em 2019, mas com poucos jogos com torcida em 2020, só ganhou R$ 7,3 milhões. Em 2019, o Palmeiras recebeu cerca de R$ 45 milhões e viu entrar em seus cofres apenas R$ 6,8 milhões no ano seguinte. O São Paulo registrou queda de renda com bilheteria de R$ 38,8 milhões para R$ 6,5 milhões. Como costuma levar menos torcedores à Vila Belmiro, estádio com capacidade de público menor que o dos rivais, o Santos teve um prejuízo menor. Declínio de R$ 24 milhões para R$ 4 milhões/ano.

Palmeiras e Corinthians estiveram nos últimos anos entre os líderes em faturamento com rendas de partidas. Naturalmente, lamentaram o prejuízo milionário e comemoram a volta dos fãs aos estádios, ainda que parcialmente neste mês. Impulsionado pelo bom momento dentro de campo, com adesão em massa da torcida ao Allianz Parque, o time alviverde registrou ganhos de R$ 74,1 milhões com ingressos em 2017 e R$ 86,5 milhões em 2018. Em situação semelhante, no mesmo período, a equipe alvinegra recebeu R$ 63,8 milhões e R$ 60,6 milhões, respectivamente. O São Paulo arrecadou R$ 27 milhões em 2017 e R$ 30,8 milhões em 2018. O Santos pulou de R$ 26 milhões para R$ 27,4 milhões nos anos citados.

A bilheteria havia atingido o maior valor na história do futebol brasileiro em 2019. As vendas de ingressos somadas dos 20 principais times do País alcançaram R$ 486 milhões em 2019, valor impactado especialmente por Flamengo e Palmeiras. Quando somada com as receitas de sócio-torcedor, cujo foco é a ida aos jogos, a receita conjunta atingiu no mesmo ano R$ 961 milhões para esses 20 times.

Em 2020, com quase toda a temporada com portões fechados, o valor caiu para R$ 502 milhões. No ano passado, os clubes apostaram em inovações tecnológicas e ações nas redes sociais para mitigar o prejuízo e deixar o torcedor menos distante, engajando-o no ambiente virtual.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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