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'Nada vale uma vida', diz brasileiro sobre jogo com mais de 170 mortes

Atletas brasileiros dos dois times que estavam em campo se solidarizam com as famílias das vítimas de tragédia na Indonésia

3 out 2022 - 14h01
(atualizado às 15h15)
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Tumulto em jogo de futebol deixa 174 mortos na Indonésia e se torna uma das piores tragédias ocorridas em um estádio de futebol
Tumulto em jogo de futebol deixa 174 mortos na Indonésia e se torna uma das piores tragédias ocorridas em um estádio de futebol
Foto: Reprodução/Twitter

Era dia de clássico na Indonésia: Arema FC contra Persebaya Surabaya no Campeonato Indonésio. Mas o jogo, que aconteceu no último sábado, 1, terminou em tragédia com 174 mortes confirmadas. Nos dois há brasileiros, que estavam presentes no momento de pânico. Em suas redes sociais, eles compartilham mais detalhes sobre o caso.

Três deles jogaram do lado do time visitante, Persebaya Surabaya, sendo Higor Vidal, Léo Lelis e Sílvio Júnior. Do lado do Arema estava escalado o goleiro Adilson Maringa. O time visitante levou o jogo por 3 a 2 e o tumulto começou após torcedores do time da casa não terem aceitado a derrota - a primeira em casa em mais de duas décadas.

Higor Vidal acredita que a noite seria uma das melhores experiências de sua carreira, mas se transformou em uma tragédia. “Se tornou um silêncio, um dos dias mais tristes da minha vida. Eu trocaria qualquer vitória pelas vidas que foram perdidas naquele estádio”, escreve o jogador em uma publicação em seu Instagram.

Para ele, o estádio é um lugar onde as pessoas vão para assistir um ‘show’ e, depois, voltarem para suas vidas pessoais. “Não há mais como mudar o que já passou, não há mais como mudar um placar. E saber que mais de 150 pessoas não voltarão pra casa me deixa com o coração na mão”.

Ele deseja força a todos os familiares que perderam entes queridos e frisa que, como jogador do Persebaya, tem repúdio por cenas como as que ocorreram.

Sílvio Júnior, em publicação com texto em inglês, ressaltou que “não há palavras para descrever essa tristeza que todos nós que vivemos e amamos o futebol estamos sentindo hoje”. Seu post, mais sucinto, também presta condolências às famílias e pede para que Deus conforte o coração de cada uma delas. Na sequência, ele usa as hashtags “paz no futebol” e “paz nos estádios”.

Léo Lelis, outro jogador do Persebaya, não fez manifestações públicas em suas redes sociais. Diferente de seus outros companheiros de time, Lelis não é tão ativo em seu Instagram.

No perfil oficial do time, após o ocorrido, foi postada uma nota de pesar que frisa que “não há jogo de futebol que valha a vida”. Além disso, nesta segunda-feira, 3, foram publicadas fotos das homenagens que foram prestadas às vítimas pelos moradores da região. 

Clamando por humanidade acima do futebol, o time espera que não aconteçam mais tragédias sangrentas no futebol. “Sem rivalidade excessiva, sem inimizade, todos os muros são derrubados por uma palavra, humanidade. Nada neste mundo vale uma vida”.

Do lado do Arema, o único brasileiro é Adilson Aguerro Maringa, conhecido como Maringa. Ele, que é goleiro do time, se manifestou publicamente apenas nesta segunda-feira, 3, também em seu perfil no Instagram. 

“Hoje é um dia triste na história do futebol, e na minha carreira, que será lembrado para sempre”, lamenta. O atleta conta que ele e outros jogadores visitaram as famílias das vítimas, choraram e sentiram as dores delas. “Sinceramente, ainda estou em choque como que aconteceu”, diz.

Entenda o caso

A tragédia é uma das piores ocorridas em um estádio de futebol e começou com um tumulto no final da partida entre Arema FC e Persebaya Surabaya, que ocorreu na noite de sábado na cidade de Malang, em Java Oriental. Após a derrota do Arema por 3 a 2 – a primeira em casa em mais de duas décadas –, os torcedores invadiram o campo e atiraram garrafas e objetos contra os jogadores.

A invasão do campo causou um caos e os torcedores dos times rivais entraram em confronto. A polícia reagiu e disparou gás lacrimogêneo, inclusive em direção às arquibancadas do estádio, causando o pânico entre a multidão.

Centenas de torcedores correram para uma porta de saída numa tentativa de escapar não só à violência, mas também do gás lacrimogêneo. Muitas das vítimas morreram pisoteadas ou por asfixia. O tumulto se espalhou para fora do estádio, onde dois agentes da polícia foram mortos e pelo menos cinco veículos da polícia foram incendiados.

A Federação de Futebol da Indonésia suspendeu as partidas do campeonato nacional por uma semana e iniciou uma investigação sobre o incidente. O Arema FC também foi proibido de sediar partidas até o fim da temporada.

Autoridades disseram que 42 mil ingressos foram vendidos para o jogo, porém, o estádio tinha capacidade para apenas 38 mil torcedores. A polícia da região afirmou que recomendou que apenas torcedores do Arema fossem permitidos no estádio, devido à acirrada rivalidade entre os clubes.

Essa é uma das piores tragédias que ocorreram num estádio de futebol, depois do confronto entre torcedores do Peru e da Argentina no Estádio Nacional de Lima que deixou 318 mortos em 1964.

(*Com informações do Deutsche Welle)

Fonte: Redação Terra
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