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Velório de Pelé reúne torcedores de todos os times: "Acima de qualquer rivalidade", diz fã

Carreira no futebol marcou gerações de torcedores de todos os times

2 jan 2023 - 14h03
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Torcedor do Flamengo, Antônio Paz, de 67 anos
Torcedor do Flamengo, Antônio Paz, de 67 anos
Foto: Vanessa Ortiz/Terra

Torcedores de todos os times marcaram presença no velório de Pelé, nesta segunda-feira, 2, na Vila Belmiro, em Santos (SP). Com camisas da Seleção Brasileira ou dos times do coração, como Corinthians e São Paulo, eles fizeram questão de dar adeus ao ídolo, que para eles, estava acima de qualquer rivalidade.

Torcedor do Flamengo, Antônio Paz, de 67 anos, é morador de Santo André e chegou a Santos no domingo, 1º, para o velório. Ele esteve na fila para entrar no estádio desde as 15 horas de domingo, e enfrentou a fila com muito ânimo.

"Não cheguei a ver Pelé jogar, mas tenho recordações do jogo que Pelé fez na Copa do Mundo de 1970, e em 1969 eu tinha 13 anos quando o Pelé fez o milésimo gol no Maracanã. De lá para cá, passei a ser fã do Pelé. Esse nome é um ponto de referência, e eu orava muito quando ele estava no hospital. Estou emocionado, queria ver ele brincando, conversando com a alegria que ele tinha, mas ele está lá em cima com outros jogadores e vai descansar em paz", disse o flamenguista.

Apesar de não torcer para o Santos, Antônio diz que foi muito bem recebido pelos santistas. "Sou flamenguista, mas aqui todo mundo está me recebendo bem, dormi na fila ao lado de um torcedor do Santos. Acabou a rivalidade, todo mundo hoje é santista", completou.

Corinthiano, Marcos Ribeiro, de 47 anos, dirigiu 8 horas de Curitiba até Santos
Corinthiano, Marcos Ribeiro, de 47 anos, dirigiu 8 horas de Curitiba até Santos
Foto: Vanessa Ortiz/Terra

Corinthiano, Marcos Ribeiro, de 47 anos, dirigiu 8 horas de Curitiba até Santos para estar no velório de Pelé. "Meu pai era santista e eu sempre ouvi falar do Pelé, a gente ficava maravilhado. Porém, sou corinthiano desde que nasci. Tenho o maior orgulho do Corinthians, mas respeito muito o Santos e as outras torcidas. Acima de tudo, eu acredito que, pela pessoa que o Pelé era, como ser humano ele era incrível. Deixou um legado muito grande, de que o futebol não é rivalidade, é união, e que a gente tem que ter orgulho de ser brasileiro".

O corinthiano é enfermeiro, e lembrou da vez que encontrou Pelé pessoalmente. " Eu trabalhava no Projeto Pequeno Príncipe, e o Pelé tem um trabalho muito bacana lá. E certa vez ele esteve lá há uns 15 anos, e eu enquanto funcionário da instituição vi ele, eu vi de perto. Deu pra ver que era um cara super humilde, um cara super do bem", relembrou.

Elias Soares de Oliveira, maratonista de 68 anos
Elias Soares de Oliveira, maratonista de 68 anos
Foto: Isabella Lima/Terra

Outro corinthiano que compareceu foi Elias Soares de Oliveira, um maratonista de 68 anos. Vestido com uma camiseta com a foto de Pelé, que fez sozinho, ele decidiu sair de São Paulo para homenagear o rei. "Nós somos em 12 irmãos, todos são santistas, só eu sou corinthiano. Mas sou fã de Pelé mesmo assim, não tem como não ser. Corri a São Silvestre e não consegui sorrir, admiro muito o Pelé", disse.

São-paulino fez questão de se despedir do rei Pelé
São-paulino fez questão de se despedir do rei Pelé
Foto: Vanessa Ortiz/Terra

São-paulino, Robson Alves, de 38 anos, saiu da capital paulista para ir ao velório de Pelé. Fã do ícone do futebol, ele diz que a admiração veio da família. "Se você nasce gostando de futebol, você tem que gostar do Pelé, é automático. Meu pai é santista, tentou fazer a gente virar Santista, mas não conseguiu, mas a gente tem um carinho pelo Pelé e pelo Santos", disse.

Para ele, Pelé une todos os times. "Está acima de qualquer rivalidade. O que o Pelé fez, não tem nem como. Já estou um pouco emocionado, a Vila Belmiro é um estádio histórico. Infelizmente é uma despedida do rei, mas chegou a hora dele descansar", completou.

*Com colaboração de Marcela Ferreira.

Fonte: Redação Terra
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