CBF refuta golpe em mudança de estatuto: "é um avanço"
Alterar a linha de sucessão da CBF no momento em que políticos e ídolos do esporte exigem a renúncia do presidente Marco Polo Del Nero não é uma medida golpista, pelo menos no entendimento do secretário-geral da CBF, Walter Feldman. Um dos principais articuladores das mudanças que vão ser votadas nesta quinta-feira em assembleia extraordinária, ele defende uma eleição entre os vices da entidade para que se escolha o ocupante da vaga do presidente, em caso de vacância do cargo.
O estatuto em vigor estabelece que caberia ao vice mais idoso substituir o presidente nessa situação. Assim, Delfim Peixoto, de 74 anos, seria o primeiro da lista.
Mas, na assembleia, a cúpula da CBF vai propor que a partir de quinta os vices em condições de voto se reúnam e escolham entre si o substituto do presidente, na eventualidade da ausência dele.
“Não é golpe. É um avanço, uma adaptação. O estatuto da CBF tem que se modernizar. Esse ponto em questão, como está lá, é totalmente ultrapassado”, disse Feldman.
Na semana passada, em entrevista ao Terra, Delfim afirmou que estava em curso um golpe para evitar que ele assumisse a presidência da entidade.
A CBF tem cinco vice-presidentes, divididos por regiões. Delfim representa o Sul. José Maria Marin, que está preso na Suíça, foi eleito na chapa de Del Nero para o Centro-Sul (que só engloba Rio e São Paulo). O deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) é o vice do Centro-Oeste. Gustavo Dantas é do Nordeste e Fernando Sarney, do Norte.