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Mundial de Futsal

Ex-treinador da Seleção pleiteia futsal na Olimpíada de Inverno

31 out 2012 - 20h07
(atualizado às 22h21)
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A entrada do futsal na lista de modalidades olímpicas é uma luta que os brasileiros acompanham há anos. Popular no Brasil, o esporte esbarra na ausência de praticantes e de competições em outros países, o que impede a formação de seleções nacionais e, principalmente, de um público espectador.

"Nós precisamos atingir metas com relação ao número de praticantes no masculino e no feminino. Nós não conseguimos atingir isso em continentes como a África, por exemplo. Enquanto você não tiver mais torneios nesses países, não tem como as pessoas conhecerem o esporte", avaliou o técnico Paulo César de Oliveira, campeão da Copa do Mundo de 2008 com o Brasil.

Tendo em vista essas dificuldades, o treinador arrisca uma alternativa inusitada para que o esporte ganhe projeção internacional: a entrada na lista de modalidades dos Jogos Olímpicos de inverno. Embora não seja disputado no gelo, o futsal é praticado em uma quadra coberta e pode atrair torcedores aos ginásios, como o hóquei e o curling.

"O futsal poderia ser uma opção para uma Olimpíada de inverno, porque é indoor, é praticado em um local coberto. Um ginásio a mais, um a menos, todo mundo vai para dentro assistir a um jogo, que não tem nada a ver com o gelo", declarou.

No masculino, a modalidade vem ganhando espaço nos últimos anos: a Fifa assumiu a gestão do esporte em 1989 e desde então é a responsável pela organização dos mundiais, que neste ano terá a sua sétima edição (outros três foram disputados com a organização da Fifusa). No feminino, no entanto, a situação ainda é precária, já que não há praticantes em todos os continentes e apenas a América do Sul possui uma competição continental.

Nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, o esporte entrou na lista de competições como modalidade escolhida pelo país-sede do evento, com competição apenas no masculino, que foi vencida pelo Brasil. A disputa reavivou de forma otimista a luta pela entrada definitiva nos Jogos Olímpicos, no entanto, ela não deve acontecer tão cedo, já que o futsal não está na lista das Olimpíadas de 2016, que também serão realizadas no Rio, e que terá como esportes escolhidos pela organização o rúgbi e o golfe.

A Fifa tem estabelecido normativas para que a prática do futsal seja mais atrativa para os praticantes e para o torcedor, possibilitando mais agilidade aos atletas em quadra e o aumento do número de gols por partida. Para PC de Oliveira, o aumento da visibilidade é um fator fundamental para que o sonho olímpico seja alcançado.

"O nosso maior problema em relação às Olimpíadas é que o presidente do Comitê Olímpico Internacional nunca soletrou a palavra futsal, ele não sabe nem o que é isso. Então, não adianta a gente fazer campanhas mirabolantes atrás disso, se a Fifa que é a entidade que comanda não lutar por isso. Ela está lutando, mas tentando melhorar a visibilidade e a transmissão", disse.

A falta de praticantes em todos os países faz com que muitos brasileiros se naturalizem para atuar por outras equipes nacionais. É o caso, por exemplo, da Rússia, que disputará o Mundial da Tailândia, que tem início nesta quinta-feira, com cinco atletas do Brasil entre os 14 inscritos para a competição.

"Para você conseguir que o nosso esporte seja um esporte olímpico, você precisa da força da entidade, e a naturalização, em países que estão querendo se desenvolver, é uma coisa natural, mas é preciso ter regras para isso. Um país não pode simplesmente importar dez brasileiros e colocar todos eles na seleção, isso beira o absurdo", ressaltou.

Em termos estruturais, a adoção do futsal como esporte olímpico não mobilizaria grandes mudanças, já que a quadra é a mesma utilizada para o handebol e a realização das duas mobilidades poderia acontecer em momentos diferentes do evento.

Aos 35 anos, Falcão se tornou heptacampeão da Liga Futsal. O Orlândia, que havia vencido o primeiro jogo por 1 a 0, empatou nesta segunda-feira por 4 a 4 com o Joinville e ficou com o troféu
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Foto: Luciano Bergamaschi/CBFS / Divulgação
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