Mesmo discreto, "Rei Kazu" quebra recorde em Mundial
1 nov2012 - 16h21
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Aos 45 anos, Kazuyoshi Miura conseguiu, por vias pouco convencionais, finalmente realizar o sonho de atuar em sua primeira Copa do Mundo. Mas não no futebol de campo, cuja história começou em 1982, mas sim pela seleção japonesa de futsal.
Ao entrar em quadra na derrota por 4 a 1 contra o Brasil, nesta quinta, Kazu Miura se tornou o jogador mais velho a participar de um Mundial - ele superou a marca do compatriota Satoru Noda, que com 44 anos participou do primeiro Mundial sob a chancela da Fifa, em 1989, na Holanda.
Depois de chamar a atenção na década de 80 ao começar a carreira no Brasil, com passagens por Juventus, Santos, Palmeiras, XV de Jaú e Coritiba, Kazu voltou ao Japão em 1990. Coroado melhor jogador asiático de 1993, e com 18 gols em 19 partidas pela seleção em 1997, ele foi surpreendido ao ficar de fora da lista para a Copa de 1998, na França, a primeira da história japonesa.
Tirando algumas passagens discretas por Itália e Croácia, o atacante marcou mesmo a carreira no Japão. Com mais de 100 partidas por Verdy Kawasaki e Vissel Kobe, Kazu é o jogador mais velho em atividade no futebol nipônico: está desde 2005 no Yokohama, clube formado por torcedores após a falência do Yokohama Marinos, e que atualmente milita na segunda divisão local.
E foi "graças" ao Yokohama que Kazu conseguiu duas façanhas. A primeira em 2005, ano do primeiro Mundial de Clubes organizado pela Fifa no Japão. Sem a presença de um time local, o jogador foi emprestado para o Sydney FC, e participou ao lado de Dwight Yorke da campanha do quinto lugar.
E em 2012, o mesmo Yokohama emprestou Miura ao Espolada Hokkaido, da liga japonesa de futsal. O objetivo era participar do Mundial da Tailândia. Kazu estreou pela seleção em amistoso contra o mesmo Brasil, no empate por 3 a 3 no dia 24 de outubro, 12 anos depois da última partida com a camisa japonesa nos gramados.
O primeiro gol saiu no último amistoso preparatório, no dia 27, na vitória por 3 a 1 contra a Ucrânia. Na Tailândia, Kazu foi bastante discreto - a transmissão oficial focava mais Kaoro Morioka, nascido no Peru e artilheiro da F League pelo Nagoya Oceans, único time profissional entre os dez membros da liga local.
Mais novo da delegação japonesa, o filho de decasseguis Rafael Katsutoshi Henmi nasceu apenas um ano antes de Kazu ser eleito o melhor jogador do continente, mas deve ter tido mais uma mostra do peso do "Rei" no futebol japonês - não importa se na quadra ou nos gramados.
A prova foi a presença da torcida que pintou de azul a maior parte do ginásio, não parando de cantar e incentivar a equipe semi-profissional, mesmo com a derrota esperada.
Lozano (Espanha) - Craque do Barcelona e protagonista do recente título europeu da Espanha, o ala Lozano, 24 anos, inicia a Copa do Mundo de Futsal como um dos fortes candidatos a destaque da competição. Veja a seguir mais jogadores que merecem atenção do Brasil a partir desta quinta-feira no evento na Tailândia
Foto: Site oficial do Barcelona / Divulgação
Alcaraz (Paraguai) - Capitão da seleção paraguaia, o fixo Alcaraz joga na Lazio, da Itália, e foi um dos principais algozes do Brasil na última edição da Eliminatória Sul-Americana. Ele, inclusive, foi eleito o melhor jogador do torneio
Foto: CBFS / Divulgação
Ricardinho (Portugal) - Eleito o melhor jogador do mundo em 2010, o ala português carrega o time lusitano nas costas. Até o momento, apesar da canhota habilidosa e certeira, o jogador,27 anos, não conseguiu conduzir a seleção de seu país a uma campanha de destaque em Mundiais ou em Europeus
Foto: Fifa / Divulgação
Pula (Rússia) - Em 2008, Pula "ofuscou" Falcão e terminou a Copa do Mundo como o artilheiro da competição. Na oportunidade, a Rússia aplicou a maior goleada da história das Copas: 31 a 2 sobre as Ilhas Salomão. Aos 31 anos, o ex-jogador do Carlos Barbosa não possui o fôlego de antes, mas tem uma larga experiência
Foto: Beto Costa/CBFS / Divulgação
Lucuix (Argentina) - Apesar de limitada, a seleção argentina tem um maestro: Matías Lucuix. Atleta do Inter Movistar, da Espanha, o ala tem a missão de liderar a seleção sul-americana às fases finais do torneio
Foto: Fifa / Divulgação
Marcinho (Itália) - Um dos brasileiros naturalizados da seleção italiana, o fixo/ala Marcinho se destaca pela raça, entrega e vigor físico. Capitão da maioria das equipes por onde passou, é o homem de confiança do técnico Roberto Menichelli
Foto: Fifa / Divulgação
Zúñiga (Costa Rica) - O costarriquenho Diego Zúñiga é conhecido como o "Ronaldinho do futsal". A fama do pivô, 22 anos, se alastrou depois de um golaço que ele fez em um amistoso contra o Brasil
Foto: Fifa / Divulgação
Mammarella (Itália) - O Brasil será bem representado no gol na Tailândia: Tiago, luva de ouro em 2008, Fraklin e Guitta. A Itália não está atrás: Mammarella (à direita). Nos últimos anos concorreu ao prêmio de melhor do mundo
Foto: Uefa / Divulgação
Keshavarz (Irã) - Entre os responsáveis pelo crescimento do futsal iraniano nos últimos anos está o fixo Mohammad Keshavarz. Tranquilo e com senso de marcação, o atleta é o alicerce da defesa da equipe do Oriente Médio
Foto: Fifa / Divulgação
Kogure (Japão) - Além da atração Kazu, o Japão contará com a tarimba de vários jogadores veteranos, como o pivô Kenichiro Kogure. Integrante da equipe nipônica nos últimos Mundiais, o atleta tem como principal atributo o oportunismo