Medina lamenta erros, mas tem "vida" por bi: os descartes
Décimo terceiro em Gold Coast, quinto em Bells Beach e 25º em Margaret River. Gabriel Medina definitivamente não teve um bom começo de temporada depois de se eternizar ao faturar o primeiro título mundial da história do Brasil no surfe. O jovem de 21 anos admite que falhou nas três etapas australianas, mas, por outro lado, não se desespera. Uma regra da WSL (Liga Mundial de Surfe) o faz acreditar no bicampeonato.
Ela é a do descarte. O regulamento do principal torneio do planeta na modalidade prevê que, ao fim da temporada, as duas piores pontuações de cada surfista sejam desconsideradas. Como o circuito atual é composto por 11 etapas, a soma final de cada atleta só terá pontos de nove etapas, então. Os nove maiores. Isto acontece há bastante tempo e dá esperança para Medina, já que ele foi muito mal em Gold Coast e Margaret River. A ponto de já considerar ter “queimado” os dois descartes aos quais tem direito.
“Essas três primeiras etapas foram bem difíceis pra mim. Em Margaret River, por exemplo, tinha uma onda que eu nunca havia surfado antes (o round no qual Medina foi eliminado aconteceu nas tubulares ondas de The Box, e não no tradicional pico de Main Break). Ainda tenho mais oito etapas até o final do ano. Já tive meus dois descartes. O importante é não errar mais. Estou pensando positivo e quero fazer bons resultados para conquistar o título novamente”, afirmou o surfista, em evento realizado nesta quarta-feira, em São Paulo.
No ano passado, Gabriel Medina descartou duas 13ª posições – no Rio de Janeiro e em Peniche, Portugal. Só levou para a soma geral, então, pontuações consideradas altas (do 1º ao 9º lugar). E saiba: isto, curiosamente, ainda pode acontecer em 2015, apesar do mau começo de temporada. Tudo porque o brasileiro foi quinto em Bells Beach e pretende “jogar” no lixo os pontos de Gold Coast e de Margaret River. Para isto, contudo, teria que chegar no mínimo ao round 5 de todas as oito etapas restantes - algo bastante complicado.
Esta necessidade por bons resultados não assusta o jovem de Maresias. “Meu foco é tentar o bicampeonato. É o que eu mais quero e sobre o que o meu pai mais tem falado nos últimos dias. Não quero me colocar pressão. Quero surfar, me divertir, foi assim que consegui ganhar no ano passado. Vou treinar mais, me dedicar mais. Em 2014 fiz isto, mas, se eu quiser ganhar o título de novo, vou ter que me esforçar em dobro. Vou correr atrás do prejuízo”, prometeu.
Para melhorar o futuro, nada melhor do que constatar e não repetir os erros do passado, certo? Pois bem... É exatamente isto o que Medina já está fazendo. O surfista de 21 anos admitiu que falhou nas três primeiras etapas do ano e até arriscou justificar a queda de rendimento.
“Surfe depende de muitos fatores, do mar, da natureza... Às vezes, a onda não entra na sua bateria e entra na dos outros. Nessas três primeiras etapas, eu já perdi duas. Com certeza falhei em algo a mais com relação ao ano passado. Por isso, tenho o meu pai para me corrigir. Tenho treinado bastante, conversado bastante com ele sobre os erros que cometi. A gente já está corrigindo”, garantiu.
O próximo desafio é no Rio de Janeiro. A quarta etapa da temporada da WSL vai ser realizada entre os dias 11 e 22 de maio, e o pico principal do evento será o Postinho, na Praia da Barra da Tijuca. Gabriel Medina vai estrear diante de Wiggoly Dantas e C.J. Hobgood. O atual campeão mundial, contudo, não tem boas lembranças da capital carioca. Em 2014, por exemplo, foi apenas o 13º colocado, seu pior resultado em uma temporada quase perfeita.