Africanos e alagoanos se unem para receber Gana em Maceió
As duas horas de atraso na chegada da seleção de Gana em Maceió não foram suficientes para afastar dezenas de alagoanos, africanos e pessoas de outras nacionalidades da porta do hotel, na recepção da delegação com 90 pessoas.
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Eles chegaram a capital alagoana às 19h30, uma hora além do previsto. Percorreram, com batedores, as avenidas Durval de Góis Monteiro e Fernandes Lima - as principais de Maceió - sob aplausos. Pessoas paravam os carros no acostamento, desciam e saudavam o time africano.
No hotel, às 20h30, foram recebidos também por um trio de forró, o governador Teotonio Vilela Filho e o prefeito Rui Palmeira, além de outras autoridades. Subiram em seguida para os quartos. A delegação ocupa três andares do hotel.
Segundo o cronograma, eles treinam no estádio Rei Pelé às 15h desta sexta-feira. Vai enfrentar, a partir de segunda-feira, Estados Unidos, Alemanha e Portugal. Os jogos serão realizados no Nordeste.
“Nosso sonho? Ganhar a Copa no Maracanã. Será a primeira vez. O Brasil tem cinco vitórias”, disse o estudante de Guiné Bissau, Denio Pereira. Gana chegou às quartas de final em 2010, na África do Sul. Perdeu para o Uruguai - como o Brasil, na Copa de 50, em pleno Maracanã.
E se for seleção africana contra africana?, perguntou o Terra. “Somos diferentes do Brasil. Brasileiros não torcem por argentinos, mesmo sendo latinos. África nunca vai perder em um jogo assim. Porque todos ganham”, disse outro estudante de Guiné Bissau, Halbate Crima.
Moram em Alagoas cerca de 60 africanos, que estudam na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) ou faculdades particulares, através de programa de intercâmbio Brasil e África. Parte deles estava na porta do hotel, com bandeiras de Gana, apesar de pertencerem a outras nacionalidades do continente, como Nigéria, Camarões e Angola. “A Copa uniu o que os colonizadores dividiram. Virou uma forma de exercitar as pessoas. É que lá as pessoas vêem o africano jogar e se estimulam ao exercício, cuidando da própria saúde”, contou Equitania da Silva.
Morando em Alagoas há nove anos, o chef francês Christian Haug veio assistir à chegada da seleção. Principalmente Jordan Ayew e André Ayew, nascidos na França. “Torço sempre pela França, mas nesta quinta-feira serei Brasil”. E se vier um Brasil e França? “Aí vou torcer pelo meu time. Minha esposa, que é alagoana, entende e vai de Brasil”.