Quem hoje vai ao complexo da Serrinha para acompanhar um treinamento do Goiás não faz ideia do agito que o local passou há dois meses e meio. Naquele momento, o clube inaugurava suas polêmicas obras de melhoria no estádio e recebia a Seleção Brasileira na véspera da disputa da Copa das Confederações.
Entre as melhorias estão novos campos e uma moderna estrutura de vestiários, muito longe do que existia no local antes da injeção de cerca de R$ 4 milhões pelo clube esmeraldino. O campo do Estádio Hailé Pinheiro foi remodelado e recebeu o padrão exigido pela Fifa, ao lado foi construído um novo campo e é nele que o Goiás tem concentrado sua maior carga de treinamentos quando escolhe a Serrinha para trabalhar.
A comissão técnica opta por realizar treinos mais vezes no Centro de Treinamento Edmo Pinheiro, no Parque Anhanguera, assim como fez a comissão de Felipão e Parreira. Mas ainda assim, o espaço da Serrinha não fica subutilizado.
O Goiás não recebe jogos do Brasileiro e da atual fase da Copa do Brasil na Serrinha. O time deve voltar a utilizar sua casa no próximo Campeonato Goiano. Na edição deste ano, o clube adotou apenas o Serra Dourada como sua casa, pois a Serrinha estava em reforma para receber a Seleção.
O torcedor esmeraldino pôde ver as novas instalações de perto durante a intertemporada, realizada durante a Copa das Confederações, quando assistiu ao jogo-treino do Goiás contra o Goianésia. No entanto, poucas alterações foram feitas para dar mais conforto a quem vai ao estádio sentar nas arquibancadas.
Curiosamente, o Goiás optou por realizar a assembleia que aclamou Hailé Pinheiro, para mais dois anos na presidência do Conselho Deliberativo, dentro dos novos vestiários. A reunião foi realizada com portas fechadas para a imprensa, mas centenas de sócios do clube estiveram no local para aclamar o mandatário e, para quem não tinha visto no dia da inauguração, conhecer a novidade.
A “nova Serrinha” ficou marcada pela passagem da Seleção Brasileira, que fez dois treinos no local, e pela polêmica do uso de dinheiro público na obra. O Goiás arcou com o custo das melhorias para atender as exigências da Seleção e recebeu do governo do Estado a promessa de uma contrapartida no valor de R$ 2,5 milhões, que seriam repassados através do programa de incentivo ao esporte, o Proesporte.
No entanto, esse repasse ainda não foi feito e gerou um imbróglio. O presidente do clube, João Bosco Luz, cobrou a verba através de sua conta no Twitter. Por outro lado, o Ministério Público de Goiás recomendou ao governo que não realizasse tal repasse.
O Goiás ainda espera essa contrapartida, mas usufrui de seu patrimônio e espera no futuro construir uma arena multiuso no local para alavancar as receitas e fortalecer o clube no cenário nacional.
Parecia que não daria para ficar pronto a tempo, mas o trabalho nas obras do Estádio Hailé Pinheiro, conhecido como Serrinha, se intensificou e o complexo irá receber a Seleção Brasileira; para isso acontecer, o Goiás precisou contar com uma mudança polêmica em um projeto de lei do Governo de Goiás, que repassou R$ 2,5 milhões, cerca de 60% do valor total da reforma que custou R$ 4 mlhões
Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
Para estar pronto para o único treino comandado Luiz Felipe Scolari no local, já que o grupo verde e amarelo realização as outras movimentações no CT Edmo Pinheiro, a reformulação foi profunda nos vestiários e o gramado do campo ganhou padrão Fifa
Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
O estádio é pouco utilizado pelo Goiás devido a sua pequena capacidade de público - normalmente o time manda apenas jogos do Campeonato Goiano e fases iniciais da Copa do Brasil; no entanto, existe o sonho da diretoria esmeraldina de construir uma arena para cerca de 25 mil torcedores na Serrinha
Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
A grama do tipo esmeralda, alvo de crítica de vários jogadores do Goiás por ser muito fofa, foi substituída pela grama bermuda celebration - esse tipo de grama estará nos estádios da Copa das Confederações e da Copa do Mundo e é indicada pela Fifa
Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
No prédio dos vestiários, houve um aumento de 200 para 1.500m² de área construída. O complexo possui vestiário de mandante, de visitante, de arbitragem e uma sala de imprensa
Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
Um dos responsáveis pela obra, o engenheiro Eduardo Júnior, explicou que a construção teve de seguir exigências da Confederação Brasileira de Futebol
Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
''Foi feito um vestiário no padrão da Seleção. É um vestiário onde exigiram que fosse climatizado, com área de aquecimento interna, hidromassagem. O que há de melhor foi feito aqui'', explicou Eduardo Júnior
Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
Desde que ficou sabendo que receberia a Seleção, a diretoria do Goiás acelerou as obras no Estádio da Serrinha, e também no CT Edmo Pinheiro onde reformou campos, para conseguir receber a Seleção; presidente do clube, João Bosco Luz, lembrou do início das obras e de como o Goiás se esforçou para servir a CBF
Foto: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
O esforço do Goiás e do governador Marconi Perillo, que afirmou que faria qualquer modificação para receber a Seleção, tem como um dos seus objetivos tentar cativar à Seleção para transformar o estádio em seu centro de treinamento para a Copa do Mundo de 2014
Foto: Celso Paiva / Terra
Um fato curioso ameaçou que o cronograma fosse cumprido. No dia 14 de maio, o presidente do Goiás, João Bosco Luz, revelou que um suspeito tentou subornar o mestre de obras para que ele atrasasse o ritmo do trabalho e atrapalhasse a entrega no prazo
Foto: Celso Paiva / Terra
João Bosco disse à época que um homem desceu de um carro e ofereceu dinheiro para que o mestre de obras não terminasse a obra a tempo de atender a Seleção; assustado, o presidente adotou como medida o uso de segurança armada no local da reforma
Foto: Celso Paiva / Terra
Compartilhar
Publicidade
Fonte: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o TerraMEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra