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Para Danrlei, Grêmio pode encarar o Real de igual para igual

7 dez 2017 - 12h29
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Um dos maiores ídolos do Grêmio, por onde jogou 594 vezes entre 1993 e 2003, o ex-goleiro Danrlei, hoje deputado federal pelo PSD-RS, está eufórico graças à campanha de seu time de coração na temporada. Comemorou o título da Libertadores num restaurante de Brasília, ao lado de amigos, e agora tenta viabilizar sua presença no Mundial de Clubes.

Grêmio reúne ídolos para comemorar os 17 anos da conquista do bi da Copa Libertadores da América. Na foto, (da esquerda para a direita): os ex-jogadores Danrlei, Paulo Nunes, Dinho, Carlos Miguel e Jardel participam de sessão de autógrafos.
Grêmio reúne ídolos para comemorar os 17 anos da conquista do bi da Copa Libertadores da América. Na foto, (da esquerda para a direita): os ex-jogadores Danrlei, Paulo Nunes, Dinho, Carlos Miguel e Jardel participam de sessão de autógrafos.
Foto: Gazeta Press

Acredita bastante no potencial do Grêmio para obter novo título – pela ótima fase da equipe e pelo momento conturbado por que passa o Real Madrid. Mas faz uma ressalva: o desfalque de Arthur, contundido, vai pesar muito. Os dois times entram direto na semifinal da competição e se passarem por seus adversários se enfrentam na final.

Nesta entrevista exclusiva ao Terra, Danrlei fala das qualidades do atual grupo do Grêmio e rasga elogios ao técnico Renato Gaúcho. Também se recorda da final do Mundial em 1995, na qual o time gaúcho foi derrotado pelo Ajax, da Holanda, nos pênaltis, depois de ter atuado boa parte do segundo tempo e toda a prorrogação com um jogador a menos. Na época, ele fazia parte do grupo, também muito talentoso, com outros nomes de peso, como Paulo Nunes, Arílson, Arce e Jardel.

Com Cristiano Ronaldo, o Real é um fantasma a assombrar o Grêmio?

– Não tem isso. O time deles está em queda há vários meses e o momento hoje é do Grêmio. Claro que não pode haver um milésimo de segundo de descuido com o Ronaldo ou outro adversário. Mas, acho que se nós contássemos com o Arthur levaríamos até um ligeiro favoritismo. Ele segura aquele meio de campo, dá qualidade ao setor. De todo modo, temos o Luan, o melhor do time e numa fase exuberante, e desfrutamos de uma equipe compacta, muito bem organizada. Se essa for a decisão, vai ser uma briga boa pela posse de bola, estilos semelhantes de Grêmio e Real.

Qual a importância do trabalho do Renato Gaúcho nesta nova passagem dele pelo Grêmio?

– Ele é o grande culpado disso tudo (rs). É o cara. Faz um trabalho excepcional, de grupo, como há muito não se vê em clubes do Brasil. Se ele continuar assim, seu caminho natural vai ser a seleção. Legal nisso é que pouca gente confiava no potencial dele.

Você endossaria o que a torcida canta para o Marcelo Grohe quando ele entra em campo? “Ão, ão, ão, Marcelo é seleção!”

– É um dos melhores do Brasil, claro. O que tem feito nesta temporada é de tirar o chapéu. Está no mesmo nível do Allison, Ederson, Cássio (os três são da seleção). Temos uma safra excelente de goleiros e podemos incluir aí alguns outros, como o Fernando Prass, o Diego Alves, que no meu modo de ver trocou na hora errada a Europa pelo Flamengo. Estaria mais em evidência se permanecesse no Valencia (da Espanha).

Quais as recordações daquela final de Mundial de Clubes de 95, no Japão, em que você era titular e viu o título do Ajax em cobranças de pênaltis?

– Fomos melhores no primeiro tempo e tivemos a oportunidade de vencer, mas sofremos uma expulsão no início do segundo tempo (zagueiro Rivarola, aos 11 minutos) e isso aumentou o desgaste. Até porque ainda houve mais 30 minutos de prorrogação e nosso time ficou exausto. Naquele cenário, levar a decisão para os pênaltis já seria uma façanha. Corremos muito pra isso, seguramos a pressão do Ajax, que era o time mais forte da Europa , base da seleção holandesa, e estava invicto havia mais de um ano e meio. O jogo terminou 0 a 0. Mas nas cobranças estávamos combalidos, não tinha como ser diferente.

Chegou e temer pelo insucesso do Grêmio na final da Libertadores contra o Lanús?

– Sinceramente, quando vi a atitude do time com dois minutos de jogo, na partida decisiva, na Argentina, comentei com amigos: ‘já era pro Lanús’. Aquela aplicação, a marcação forte e implacável, correta, com a participação de todos. O toque de bola rápido. Aquilo tudo ali acabou com as chances do Lanús.

Se o Grêmio tivesse mantido o interesse pelo Brasileiro, poderia ter conquistado o título nacional?

– Certamente que sim. Mas era preciso uma opção. E a prova de que foi feita a escolha correta está aí. O Corinthians só sobrou na disputa do Brasileiro porque conta, claro, com uma grande equipe e porque teve dedicação exclusiva à competição.

Ficou impressionado com a festa que levou multidões às ruas de Porto Alegre pelo título da Libertadores?

– Em 1995, foi muito parecido. Quando conquistamos a Libertadores em cima do Atlético Nacional e voltamos da Colômbia, o aeroporto (Salgado Filho) estava lotado e no trajeto de lá até o Olímpico havia também multidões espalhadas pela cidade. A torcida do Grêmio é uma das mais apaixonadas e apaixonantes que existe.

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Fonte: Silvio Alves Barsetti
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