Mano Menezes já chamou 53 jogadores em apenas seis convocações. Em pouco tempo na Seleção Brasileira, conseguiu renovar o time que, com Dunga, tinha média de idade avançada. Nesse período, também elegeu seus preferidos e colocou alguns em seu caderninho vermelho. Nada mais natural em uma relação entre seres humanos. E natural também após derrotas para franceses e argentinos.
Na contagem final para a Copa América, o Terra mostra aqueles que gozam de grande prestígio com o treinador, mas também os que não têm boa reputação neste momento. Confira a relação e as devidas explicações e clique no jogador para saber mais.
Tem total prestígio com Mano Menezes, que o transformou de um jogador comum para um lateral confiante e forte no apoio ao ataque. André Santos foi o titular de todos os jogos com a Seleção e ganhou força pelos problemas com Marcelo e a falta de alternativas. Com 28 anos, precisará se manter em alto nível e impedir a ascensão de concorrentes nos próximos anos, mas a tendência é que seja a escolha ao menos na Copa América. O cenário de total confiança do técnico é curioso. Com Dunga, ocorria justamente o contrário.
Da mesma linhagem de Thiago Silva, Daniel Alves ainda tem a vantagem de ser uma liderança importante no vestiário brasileiro. Ganhou prestígio com o treinador quando Maicon, consultado por Mano Menezes sobre a possibilidade de enfrentar os Estados Unidos, disse não se encontrar em boas condições físicas. Daniel é mais técnico e dois anos mais jovem que seu principal concorrente, e Mano sempre pretendeu reduzir a força dos jogadores da Inter de Milão dentro da Seleção.
Descrito por pessoas próximas a Mano Menezes como um “queridinho”, Elias ganha espaço por que é visto pelo treinador como uma liderança positiva no vestiário e um meio-campista multifuncional, capaz de realizar várias funções e ocupar diferentes posicionamentos. O principal entrave para sua permanência na Seleção é a trajetória irregular em seu início de Atlético de Madrid, mas a Copa América é quase uma certeza.
Em todas as convocações após a lesão de Paulo Henrique Ganso, Mano Menezes testou ao menos um meia diferente e chamado por ele pela primeira vez. Douglas Costa e Fernandinho (treinamentos), Elias e Giuliano (Irã e Ucrânia), Douglas (Argentina), Jadson e Renato Augusto (França), e Elano e Lucas (Escócia). Até aqui, a camisa 10 continua sendo absolutamente de Ganso.
Mais um homem de confiança do treinador, que também conseguiu fazer de Lucas, em seus tempos de Grêmio, um jogador que ele nunca foi em outro momento. Mesmo assim, o volante segue com bom espaço no Liverpool, e é visto por Mano como o ideal para ser o mais marcador do meio-campo em seu sistema 4-2-3-1. Apenas Sandro, do Tottenham, tem característica similar entre todos já convocados.
Um dos quatro nomes que foram à Copa da primeira lista de Mano, Thiago Silva tem uma reputação que não para de crescer na Europa. Seu prestígio na Seleção é inquestionável e a tendência natural nos próximos anos é que passe a ocupar o posto de referência que coube a Lúcio durante a década passada.
Um dos objetivos de Mano Menezes ao assumir a Seleção era renovar os líderes no vestiário, o que ajuda a explicar as ausências de Julio Cesar, Lúcio e Maicon nas primeiras listas. Ter outro goleiro de confiança era essencial e, na visão de Mano, Victor era o ideal. Sem comprometer em nenhum momento, o gremista marcou posição.
Com status de titular nas primeiras convocações, Carlos Eduardo não é lembrado por Mano Menezes desde setembro de 2010. O jogador do Rubin Kazan, lançado pelo próprio Mano no Grêmio, teve atuações decepcionantes contra Irã e Ucrânia. Nas listas recentes, o treinador prioriza a busca por outros armadores. Douglas, Elias, Jadson, Renato Augusto, Douglas Costa e Elano receberam oportunidades.
Poucos minutos em campo foram suficientes para que Douglas arruinasse sua carreira na Seleção Brasileira, já considerada pouco promissora para muitas pessoas. Diante da Argentina, o meia perdeu a bola que resultaria no gol de Lionel Messi e a primeira derrota de Mano Menezes. Desde então, criticado pelo treinador, ele não foi mais convocado.
Giuliano perde espaço por conta do mesmo raciocínio aplicado a Jucilei. Seu clube, o Dnipro Dnipropetrovsk, não joga a Liga dos Campeões, o que impede sua observação em nível competitivo. O fato de ser mais jovem e promissor, em uma posição onde Mano Menezes tem dificuldade, é um atenuante.
A ingênua expulsão de Hernanes diante da França fez com a que a Seleção Brasileira, pela primeira vez, fosse dominada em um jogo com Mano Menezes. O treinador adotou um discurso polido após o jogo, mas o destaque da Lazio precisará mostrar um grande futebol para voltar à equipe antes da Copa América. No jogo seguinte, Mano optou por convocar o cruzeirense Henrique.
A saída para um clube russo pouco ou nada competitivo diminui de forma considerável as chances de Jucilei, que ainda não jogou bem em 2011, defender a Seleção Brasileira. Nas duas listas deste ano, inclusive, o agora jogador do Anzhi Makhachkala não foi incluído por Mano.
No início da Era Mano Menezes, Marcelo pediu dispensa da série de treinamentos da Seleção em Barcelona alegando gastroenterite. Em seguida, se integrou às atividades do Real Madrid, o que colocou uma pulga atrás na orelha de Mano. Em visita ao Real, o treinador conversou com José Mourinho, a fim de saber mais sobre o episódio. Mesmo em grande fase, Marcelo só voltaria à Seleção em 2011, e segue sendo reserva de André Santos.
Robinho não foi convocado por Mano Menezes pela primeira vez. Segundo o treinador, o objetivo era poupar o atacante, que também vem sendo titular no Milan e é o capitão de Mano. Apesar de ainda qualquer avaliação ser prematura o caso merece ser acompanhado com atenção.