Prandelli propõe intervalos nos jogos da Copa e sonha em final com Brasil
Cesare Prandelli, treinador da seleção italiana, disse nesta terça-feira, em Roma, que a Federação Italiana de Futebol (FIGC) deve propor à Fifa que sejam efetuados pequenos intervalos durante as partidas da Copa do Mundo de 2014. A argumentação é o calor excessivo que poderá comprometer o rendimento dos jogadores que não estão acostumados ao clima brasileiro.
"A Itália terá um grande problema no Brasil: em algumas cidades a combinação calor e umidade é preocupante, e já sentimos isso na pele durante a Copa das Confederações. Se queremos dar um espetáculo ao mundo, devemos também dar a possibilidade aos jogadores de dar espetáculo. Gostaria de propor que fossem feitos dois 'time-out' para matar a sede dos jogadores", disse.
"A Fifa havia colocado, durante a Copa das Confederações, garrafas d’água perto do gol. Se virmos as imagens, antes de qualquer escanteio todos estavam ali bebendo. Existe o risco de jogar a bola para escanteio para poder tomar água. Talvez seria melhor parar por dois minutos e consentir aos jogadores de matar a sede. Nunca tinha visto oito de 11 jogadores me pedirem para serem substituídos durante uma partida: sem hidratação corre-se o risco de haver uma redução na concentração", argumentou.
Prandelli prefere esperar até o sorteio dos grupos da Copa do Mundo, marcado para esta sexta, para anunciar a cidade na qual a seleção italiana ficará durante o Mundial. Entretanto, são duas as possibilidades: Mangaratiba, no Rio de Janeiro, ou a região metropolitana de Belo Horizonte. Ele viajará à Costa do Sauípe, na Bahia, para acompanhar o sorteio dos grupos.
Sobre os favoritos ao título, Prandelli citou Brasil, Alemanha, Argentina e Espanha. Fala ainda de seleções que poderão surpreender: Bélgica e Colômbia. Apesar de a Itália não ser cabeça de chave, o treinador lembra do histórico da seleção, de inícios difíceis em Mundiais, mas que se convertem em atuação forte, como o caso de 2006, quando conquistou o tetra na Alemanha. Todavia, a mesma Alemanha é o rival a ser evitado em 2014.
"Por tradição", observou. "Nos grupos difíceis, chegamos preparados. Do contrário, se o grupo é fácil, encontramos dificuldades, é a nossa história. Prefiro então um grupo forte e, depois, jogaremos. Aquilo que não quero é encontrar de cara a Alemanha. Disse que queria um grupo forte, mas não tanto. Melhor seria encontrá-la na final. A Alemanha é um exemplo para todas as seleções que têm vontade de mudar, experimentar e estar no compasso dos tempos", emendou.
Perguntado pelo Terra se, depois da derrota por 4 a 2 na Copa das Confederações, ainda vislumbrava uma final entre Brasil e Itália na Copa 2014, Prandelli foi enfático.
"(A Seleção Brasileira) é uma equipe única, pode vencer ou perder o Mundial e depende somente dela mesma. Partiram da Copa das Confederações programando um time, com a ideia de que a prioridade é a seleção principal. Deram tempo para que Scolari pudesse treinar o time. Acredito que para a Copa do Mundo o Brasil terá 45 dias de preparação enquanto nós teremos somente duas semanas", disse o treinador italiano.
"Essas são algumas diferenças. Contudo, somos todos torcedores, mas primeiro existe essa programação, e o Brasil está se preparando para a vitória final. Se me enxergo no Maracanã para a final com o Brasil? Quando alguém sonha, deve sonhar alto", encerrou.