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Japão no Morumbi tem repórteres tímidos, técnico cordial, frio e silêncio

16 jun 2019 - 19h40
(atualizado às 19h40)
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Convidada a participar da Copa América 2019, que tem o Brasil como país sede, a seleção do Japão fez o reconhecimento oficial do estádio do Morumbi, em São Paulo, no início da noite desse domingo. Nessa segunda, às 20h (de Brasília), os asiáticos estreiam contra o Chile, no palco são-paulino.

Antes do grupo ir ao gramado, o técnico Hajime Moriyasu e o meia Gaju Shibasaki foram à sala de imprensa para conceder entrevistas coletivas. Mas, de repente se depararam com a timidez os jornalistas conterrâneos.

Um representante da Conmebol abriu o período de perguntas. Ninguém se manifestou. Para quebrar o clima quase de constrangimento, uma jornalista colombiana resolveu fazer o primeiro questionamento. Em seguida, novo suspense. Após muita conversa entre Moriyasu, Shibasaki e uma pessoa da delegação japonesa, o atleta resolveu ser o porta-voz.

A voz do treinador só pôde ser percebida na sexta questão, quando a pergunta fora totalmente direcionada. Daí para frente, chamou atenção a cordialidade de Moriyasu, que antes de cada resposta jamais se esquecia de "pois não, senhor". Aliás, ao fim da coletiva, Moriyasu agradeceu a todos de forma respeitosa para depois se levantar.

O único momento descontraído se deu por causa de um incômodo entre os asiáticos que estavam na sala. Ao tomar o microfone, um repórter japonês foi direto: "serei breve na minha pergunta, porque está muito frio nessa sala e está difícil ficar aqui".

Imediatamente, todos riram, e a organização entendeu o recado. Aparelhos de ar-condicionado foram desligados para tornar a temperatura mais agradável aos estrangeiros.

Já na cabine do Morumbi, de onde jornalistas tiveram vista do trabalho em campo por apenas 15 minutos, nada chamou mais atenção do que o silêncio. Era possível ouvir os atletas conversando entre si a uma distância de aproximadamente 25 metros.

Convocação longe do ideal

O Japão tem a equipe com a menor média de idade dessa Copa América (22,3). E o motivo é o fato de muitos clubes não terem liberados seus principais jogadores para a competição em terras que os japoneses jamais venceram.

"Inicialmente, a nossa participação teve uma situação excepcional de convocação, porque as equipes não tinham obrigatoriedade de liberação, motivo pelo qual enfrentamos dificuldades para convocação. A federação quis trazer a seleção principal, fez um grande esforço, e reconhecemos, mas a convocação não foi aquela que tínhamos como ideal. Motivo pelo qual a seleção não é mais poderosa que os senhores teriam aqui", explicou o comandante do plantel.

O fato de ter apenas seis jogadores veteranos e 17 que nunca defenderam o plantel principal não deve ser motivo, porém, para uma postura retraída durante a Copa América, espera Hajime Moriyasu.

"Sabemos (que o Chile) é uma equipe bicampeã, de muita grandeza, forte. E tudo isso fica bem latente pelo seu glorioso retrospecto. E o fato de estarmos jogando contra a atual campeã, para nós e para os jogadores, é motivo para entrarmos com coragem. Vamos buscar a vitória e espero que os jogadores tenham essa atitude. Na pior das hipóteses, que consigamos pelo menos um ponto. Que eles tenham esse espirito de desafio, que enfrentem dessa maneira".

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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