Jéssica Pereira é pega no doping e pode perder Olimpíada
Marcelo Franklin, advogado da atleta, explica que existem circunstâncias bastante atenuantes no caso dela e está otimista
A judoca Jéssica Pereira teve um resultado analítico adverso para furosemida, um diurético. Ela foi testada em setembro, fora de competição, e está suspensa voluntariamente. Aos 24 anos, a carioca é da categoria até 52 kg e uma das grandes revelações do país na atualidade. "A Confederação Brasileira de Judô está ciente e acompanhando os processos legais referentes à suspensão preventiva da atleta Jéssica Pereira", disse a CBJ em nota.
Quem está cuidando do caso é Marcelo Franklin, advogado especialista em casos de doping e que conseguiu a absolvição do nadador César Cielo. "Acredito que em minha defesa conseguirei demonstrar a ausência de culpa da atleta e o uso não intencional. Nunca se sabe o resultado de um julgamento, mas encaro o caso dela com um certo otimismo quanto ao resultado final", explicou, em entrevista ao Estadão.
"Eu não costumo comentar questões específicas sobre casos em andamento, até porque todo o procedimento corre em segredo de Justiça. O que posso adiantar é se tratar de uma atleta de conduta totalmente exemplar, que a substância encontrada é classificada apenas como especificada (menor probabilidade de uso relacionado com performance esportiva), que em respeito ao Tribunal a atleta se colocou em suspensão voluntária até o julgamento e que existem circunstâncias bastante atenuantes para o caso dela."
Por estar suspensa, Jéssica não está participando do treinamento da seleção brasileira em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo. No ano passado, ela conquistou o quinto lugar no Mundial de Judô, quando foi derrotada pela brasileira Érika Miranda na disputa da medalha de bronze. Só que Érika se aposentou dos tatames e deixou o caminho livre para Jéssica, uma atleta que poderia ter um bom desempenho nas competições internacionais.
Jéssica aguarda agora seu julgamento, que leva de seis meses a um ano. Se for suspensa, o período que ficará fora de combate conta a partir do momento que assumiu sua suspensão voluntária. Se for absolvida, poderá voltar a competir. O mais importante é que ela precisa ter uma decisão rápida pois 2019 é um ano importante para classificação olímpica para os Jogos de Tóquio, em 2020, através de pontos no ranking mundial.