Jogadores das divisões inferiores da Espanha veem racismo mais presente fora do esporte
Enquanto o debate público sobre racismo no futebol espanhol atingiu ponto de ebulição nesta semana após reclamações do atacante do Real Madrid Vinícius Jr., jogadores de clubes de futebol de base disseram ver o racismo nos esportes como um problema menor do que a discriminação que vivenciam em suas vidas cotidianas.
No domingo, insultos racistas foram proferidos contra o brasileiro no estádio Mestalla, em Valência, e ele reclamou que a Espanha e a LaLiga não fazem o suficiente para evitar que isso aconteça, levando à detenção de vários torcedores.
"Acho mais na vida real: nas escolas, com as crianças, nas discotecas, costuma acontecer muito", disse Adrian Alpañez, um espanhol negro de 23 anos que joga no AE Ramassa, um clube regional da quarta divisão na Catalunha com sede em Les Franqueses del Valles, a 40 km de Barcelona.
"Infelizmente, é algo com o qual precisamos lidar. Não é bom, obviamente", acrescentou.
O ganês Charles Kwarteng, de 24 anos, que mora na Espanha há seis, afirmou ter encontrado no futebol uma forma de integração e sugeriu que as ofensas sofridas pelo brasileiro têm mais a ver com tentativas de desestabilizar seu jogo do que com racismo.
Mohamed Cherif Khaled, que vem do Saara Ocidental, disse que não vê a Espanha como um país racista, mas acrescentou: "Existem racistas na Espanha, sim."