Para chegar ao nível olímpico, patinadoras começam aos 3 anos
- Mariana Lanza
- Direto de Vancouver
Sincronia, equilíbrio, força e ao mesmo tempo leveza. Essas são as características básicas de patinadores artísticos profissionais. Para chegar ao nível olímpico, eles começam a praticar o esporte cedo. Principalmente as mulheres.
Escalada pela primeira vez para representar o Reino Unido em uma Olimpíada de Inverno, Stacey Kemp, 21 anos, iniciou na patinação aos seis, após ver pela televisão o desempenho da ucraniana Oksana Baiul nos Jogos de Lillehammer, na Noruega, quando se consagrou campeã. A alemã Maylin Hausch, 21 anos também, começou ainda mais nova: aos quatro. Desde então, elas deslizam pelas pistas de todo o mundo.
Para fazer bonito nos Jogos Olímpicos de Inverno 2010, em Vancouver, a rotina de treinamento das patinadoras é intensa. Acompanhadas de seus pares, elas treinam em média cinco horas por dia, de segunda a sexta, e ainda fazem aulas de balé, exercícios para fortalecer os músculos das pernas e abdominais. Tais atividades também ajudam a evitar lesões.
"Se você tem uma boa técnica, não sofre muitos problemas nos ombros e nas costas. Como estamos treinando desde maio do ano passado, não tenho dores", diz o patinador inglês David King, 25 anos, parceiro de Stacey desde 2003. No ano passado, eles foram 13º colocados no Mundial de Los Angeles.
Com uma coreografia repleta de levantamentos da colega, o jovem que passou a praticar patinação aos dez anos de idade diz que o baixo peso de Stacey, que tem 1,54 m e 43 kg, não é primordial para o sucesso dos movimentos. "O fato de ela ser magra ajuda, mas às vezes a menina pode ser mais leve e não se sustentar no ar. Ou ser duas vezes maior que a Stacey e conseguir se manter forte", afirma.
Ao invés de questões técnicas, o maior desafio dos atletas ingleses tem sido superar a saudade de casa, pois treinam na Polônia desde 2008. "O ruim é morar fora de casa. É duro deixar nossa família", diz David. "Sentimos muita saudade da família e dos amigos", afirma Stacey.
Sempre após as competições, eles são recebidos na Polônia por um animal de estimação que, segundo os próprios esportistas, dá-lhes sorte. "Temos um gato que fica andando sobre os nossos patins. Isso nos dá sorte", diz Stacey.
Já a dupla alemã Maylin Hausch e Daniel Wende, 15ª colocada no Mundial de 2009, busca a sorte por meio de um ritual. "Nós sempre colocamos primeiro o patim esquerdo na hora de treinar ou em uma competição", afirma o patinador, 25 anos, que decidiu se aprimorar no esporte aos sete.
De olho em cada movimento dos atletas olímpicos enquanto auxilia na restauração da pista entre as apresentações, a canadense Makaela Viger, 15 anos, não se contenta em apenas deixar tudo perfeito para a realização das coreografias. "Eu patino desde os três anos e sonho em participar de uma Olimpíada".
Esse é o desejo de Makaela e outras garotas selecionadas pela organização dos Jogos de Inverno para tapar os profundos riscos feitos na pista de gelo pelos patins dos competidores. Depois desse processo, um carrinho com um pedaço de pano preso na traseira deixa o espaço lisinho para a próxima dupla mostrar sua coreografia.
As duplas medalhistas da patinação artística na Olimpíada de Vancouver serão conhecidas no dia 15 de fevereiro, no Pacific Coliseum.
Jogos Olímpicos de Inverno no Terra
O Terra transmitirá ao vivo a competição em 15 canais simultâneos de vídeo a partir do próximo dia 12. Além disso, os usuários terão a possibilidade de assistir novamente a todo o conteúdo a qualquer momento. Todo o acesso é gratuito.
Uma equipe de 60 profissionais estará encarregada de fazer a cobertura direto de Vancouver e dos estúdios do Terra, em São Paulo, no Brasil, com as últimas notícias, fotos, curiosidades, resultados e bastidores da competicão.
A equipe conta com a participação do repórter especialista em esportes radicais Formiga - com 20 anos de experiência em modalidades de neve -, e o pentacampeão mundial de skate Sandro Dias, que comentará a competicão em seu blog no Terra.
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