Do jeito que Bode Miller esquia, a visão é tudo. Por isso, foi de certa maneira surpreendente quando o esquiador mais vencedor da história do time dos Estados Unidos revelou na terça-feira que precisa de cirurgia a laser nos olhos, e que se arrepende de não tê-la feito antes da Olimpíada de Inverno de Sochi 2014.
Após dominar as sessões de treino, Miller terminou em um decepcionante oitavo lugar na prova de downhill no domingo.
"Eu deveria ter passado por uma cirurgia nos olhos mais cedo este ano", disse Miller, que tem cinco medalhas olímpicas. "Nós simplesmente não tivemos tempo para fazer, porque o calendário de provas estava muito apertado. Ficamos bastante irritados olhando para trás e vendo que não conseguimos um tempo para fazer isso, porque, para mim, minha visão é crucial".
Os treinos do downhill foram feitos sob um tempo limpo e claro, mas muitas nuvens apareceram no dia da corrida.
"Quando a luz é perfeita, eu posso esquiar com qualquer um dos melhores do mundo. Mas quando ela some, meu estilo em particular sofre mais que o dos outros, que são mais estáveis e meio que não fazem muita coisa no meio das curvas", explicou Miller, 36 anos, que liderou a primeira sessão de treinos para o super combinado de sexta-feira, prova em que ele é o atual medalhista de ouro.
Miller passou a manhã de segunda-feira analisando vídeos para ver o que ele fez de errado durante sua corrida no downhill. "No fim das contas, todos nós concluímos que o erro foi meu. Forest (Carey, assistente técnico da equipe americana de esqui) resumiu tudo em quatro palavras: eu não vou ganhar se o sol não sair. Eu não ganhei nos últimos cinco anos quando o sol estava escondido".
O americano não competiu na última temporada para permitir uma recuperação completa de seu joelho esquerdo, que passou por cirurgia para reparar microfraturas. Ele também tem convivido com problemas fora do esporte, incluindo uma batalha pela guarda de um filho pequeno e a morte de seu irmão mais novo em abril, aparentemente por uma convulsão.
Ainda assim, ele mostrou um retorno à velha forma no último mês e tinha altas esperanças para o downhill na Olimpíada, que foi vencido pelo austríaco Matthias Mayer. "Foi uma grande decepção. Era o meu foco principal neste ano", disse.
"Eu fiquei furioso por um tempo, e depois desapontado. Mas eu realmente esquiei duro. Eu esquiei com tudo que eu tinha. Então não me sinto mais como se houvesse algum motivo para realmente ficar muito bravo. Mas conheço esse esporte muito bem, e quando as condições mudam assim, você tem que se ajustar. Se você não o fizer, alguém mais o fará, e é isso", concluiu.
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Rowan Cheshire (Grã-Bretanha): snowboard
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Andrea Keszler (Hungria): patinação short-track
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Benoit Valentim (França): esqui halfpipe
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Chao Wy (China): esqui aéreo
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David Wise (EUA): esqui halfpipe
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Denis Osipau (Bielorrússia): esqui aéreo
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Dow Travers (Ilhas Cayman): esqui slalom gigante
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Emily Scott (EUA): patinação short-track
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Fabiana Santos e Larissa Antunes (BRA): bobsled
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Jaqueline Hernandez (EUA): snowboard
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José Antônio Prada (Venezuela): esqui slalom gigante
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Justin Dorey (Canadá): esqui halfpipe
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Kaetlyn Osmond (Canadá): patinação artística
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Lyman Currier (EUA): esqui halfpipe
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Marianne St. Gelais (Canadá): patinação short-track