Brasileira quebrará recorde ao disputar Olimpíada de Inverno
O Brasil será representado por dez atletas na Olimpíada de Inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul, que começa nesta quinta-feira (8) e se estenderá até 25 de fevereiro. Não há nenhuma expectativa de conquistas de medalhas pela delegação do País. No entanto, os Jogos vão servir para que a mineira Jaqueline Mourão estabeleça um recorde: vai competir pela sexta vez em olimpíadas.
Atleta de esqui cross country, ela se juntará assim a Formiga (futebol), Torben Grael e Robert Scheidt (vela), Rodrigo Pessoa (hipismo) e Hugo Hoyama (tênis de mesa). Mas com um diferencial: dos recordistas, é a única que participou dos Jogos de Inverno e de Verão.
Mestre em educação física, Jaqueline esteve na equipe de Mountain Bike de Atenas (2004) e Pequim (2008). Na olimpíada do frio, representou o Brasil no cross country em Turim (2006), Vancouver (2010) e Sochi (2014). Agora, volta à cena.
O Brasil não desfruta de nenhuma tradição nesses Jogos. Esteve pela primeira vez em um deles em 1992, em Albertville. Para se ter uma ideia dessa distorção, cerca de três mil atletas devem competir em PyeongChang, o que dá ao País uma representação de apenas 0.33%.
Na Olimpíada do Rio (de Verão), em 2016, os anfitriões disputaram 42 modalidades com 465 atletas, para um total de 11.400. Ou seja, com 4,1% de todos os inscritos.
Na Coreia, os brasileiros vão disputar provas de esportes praticamente desconhecidos no território nacional, como esqui alpino, bobsled, patinação artística e snowboard, além do esqui cross country. Essas modalidades são vinculadas à Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) e à Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG).
Ambas estão contempladas no orçamento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para 2018 com recursos da Lei Agnelo Piva – R$ 2,3 milhões para a CBDN e outros R$ 2 milhões destinados à CBDG. Dos dez atletas, oito estão na lista do Ministério do Esporte como beneficiários do programa bolsa-atleta para 2018.
Dado curioso da Olimpíada de Inverno, para os brasileiros, foi a presença de Claudinei Quirino na equipe de bobsled, em 2006, na Itália. Medalha de prata no revezamento 4 x 100, em Sydney, em 2000, ele quis ter a experiência de ficar a bordo de um trenó que desce num circuito sobre a neve em alta velocidade. Acabou não levando sorte.
Sua equipe sofreu dois acidentes. Num deles, com o trenó virado, os ocupantes cruzaram a linha de chegada de cabeça para baixo, com os capacetes no gelo a uma velocidade de 130 quilômetros por hora. Foi só um susto, ninguém se machucou.