COI afasta ligação entre Olimpíada e prisão de Pussy Riot
O Comitê Olímpico Internacional se manifestou nesta quarta-feira, pela primeira vez de maneira oficial, a respeito da prisão de duas integrantes da banda Pussy Riot, ocorrida na véspera em Sochi (Rússia), cidade que hospeda a Olimpíada de Inverno de 2014. Como esperado, a entidade tentou dissociar o protesto da terça-feira das competições olímpicas.
Segundo Mark Adams, diretor de comunicações do COI, a presença da banda em Sochi para manifestações não tem qualquer relação com os eventos esportivos na cidade.
“(A prisão) foi realizada em Sochi, mas entendo que o que aconteceu não estava no contexto de qualquer protesto contra os Jogos Olímpicos”, disse Adams, que admitiu torcer para que protestos do tipo não aconteçam em instalações esportivas. “Não temos uma discussão diária sobre quem poderá ou não se apresentar no Parque Olímpico, mas eu diria que seria completamente inapropriado”, completou.
As duas integrantes da banda Pussy Riot, Maria Alekhina e Nadezhda Tolokonnikova, foram detidas nesta terça-feira por volta das 14h (horário local, 7h no horário de Brasília), enquanto estavam no Porto de Sochi. A dupla pretendia realizar a gravação de imagens para o videoclipe de uma música de protesto contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, intitulada Putin Nauchit Tebya Lybit Rodinu ou “Putin vai te ensinar a amar a pátria”.
Segundo relatos da própria Tolokonnikova em sua conta no Twitter, as duas foram acusadas de roubo em um hotel de Sochi. Ambas foram levadas por policiais para prestar depoimento e foram posteriormente liberadas. Outros ativistas também foram detidos e soltos mais tarde.
Em março de 2012, as mesmas duas integrantes da banda foram presas na Rússia acusadas de vandalismo. Condenadas, Alekhina e Tolokonnikova só deixaram a cadeia no fim de 2013.