Os Jogos Paralímpicos de Inverno terão uma novidade verde-amarela na edição de 2014, que se inicia neste fim de semana: o Brasil participará pela primeira vez da disputa por medalhas durante o evento de Sochi, na Rússia, entre os dias 7 e 16 de março. A estreia nacional será com dois atletas em esportes distintos - André Cintra no snowboard e Fernando Aranha no esqui cross-country.
A Paralimpíada de Sochi será a décima primeira da história – os Jogos Paralímpocos são disputados desde 1976, quando tiveram sua estreia na cidade sueca de Örnsköldsvik. Pela competição, passam atletas de seis categorias diferentes de deficiências: amputados, atletas com paralisia cerebral, desabilitados intelectualmente, cadeirantes, deficientes visuais e outros (nanismo, esclerose múltipla, doenças congênitas ou outras deficiências).
Em 2014, a Vila Olímpica será preenchida por 575 atletas, de 44 países diferentes. A competição ao longo dos nove dias será em 72 eventos, que variam de acordo com a deficiência de cada atleta, em cinco esportes: esqui alpino (o parasnowboard estreará nos Jogos como parte da programação deste evento), biatlo, esqui cross-country, hóquei sobre trenó e curling em cadeira de rodas.
"A ficha vai cair agora", diz André Cintra
Terra: Qual é a expectativa para os Jogos? André Cintra: Vai ser uma experiência bastante positiva. Espero poder me superar a cada descida, tenho aprendido bastante. Estar nos jogos já é uma grande vitória.
Terra: Compreende a magnitude de ser o primeiro brasileiro a estar nos Jogos?
André Cintra: Agora indo para lá vou sentir realmente o que é a importância disso. Claro que tive a primeira ideia. A ficha vai cair agora, quando estiver lá olhando para todo aquele evento é que vou sentir a magnitude desta responsabilidade e de ter conseguido esta vaga.
Terra: Como surgiu o snowboard na sua vida? André Cintra: Comecei a praticar há mais ou menos quatro anos. Comecei como curioso, como esportista. como lazer. Fui uma vez para a montanha, pratiquei e não consegui ficar nem de pé porque não tinha prótese específica. Depois voltei para a neve, melhorei um pouco, mas não consegui direito. E nesse momento decidi que ia dar um jeito. Em outra viagem para outros assuntos, uma pessoa me falou que tem prótese, me passou link, comprei e logo que cheguei ao Brasil comprei tickets para ir para a Áustria. Fui para a Áustria sozinho, montei prótese. Deve ter uns 3 anos.
Terra: Quando começou tinha a expectativa de competir assim? André Cintra: Não tinha meta nenhuma, na verdade. Jamais tinha meta de competir. Veio depois, no final de 2012, quando fui convidado pela CBDN e pelo CPB para fazer prova para saber se tinha nível para competir. Fiz a prova, eles me convidaram para ser atleta. Depois desse convite comecei a competir, fazer provas do Mundial. Meu nome começou a aparecer no ranking, fui subindo. Até então não tinha nenhum tipo de ambição de competir.
Brasil faz estreia na Paralimpíada
A edição deste ano dos Jogos Paralímpicos de Inverno marca a estreia brasileira na competição. Os torcedores nacionais podem acompanhar os atletas do País já a partir deste domingo, com a participação de Fernando Aranha no esqui cross-country, na prova dos 15 km programada para as 3h (de Brasília)– além disso, ainda participará da prova de 1 km e 10 km nos dias 12 e 16, respectivamente.
Antes de ir para Sochi, onde chegou na última segunda-feira, Aranha participou de um período de aclimatação e treinamento no National Sports Center for Disabled (NSCD), localizado no Winter Park, nas montanhas geladas do Estado de Colorado (EUA). O esquiador pertence à classe LW11.5 e é cadeirante,
Com 35 anos atualmente, Aranha, natural de São Paulo (SP), teve o movimento das pernas prejudicado aos quatro anos por causa de uma poliomielite. A primeira experiência no esporte foi com o basquete para cadeirantes e, atualmente, compete no ciclismo adaptado e no paratriatlo, além do esqui cross-country.
Já André Cintra tem 34 anos e também é natural de São Paulo. O atleta do snowboard, responsável por carregar a bandeira brasileira na abertura, compete na categoria para deficientes nos membros inferiores. Quando tinha 18 anos, Cintra, que atualmente é funcionário de uma indústria química, sofreu um acidente de moto que culminou na amputação da perna direita um pouco acima do joelho.
A ideia de praticar snowboard só veio há quatro anos. Com a experiência de ter praticado surf e skate antes do acidente, sentiu dificuldades para equilibrar-se com as próteses no início do snowboard – só conseguiu uma solução para o problema ao adquirir uma nova próteses em viagem aos Estados Unidos. Com o novo equipamento, passou a competir já em 2010. A prova de Cintra em Sochi ocorrerá no dia 14 de março, às 3h.
Noruega é “papa-ouro” das Paralimpíadas de Inverno
Historicamente, a maior vencedora dos Jogos de Inverno é a Noruega, até com confortável vantagem sobre a segunda colocada Alemanha. O país nórdico europeu conquistou ao todo 134 ouros, 101 pratas e 80 bronzes, somando um total de 315 medalhas. Os alemães até têm mais medalhas (330), mas perdem no desempate pelo tipo de medalha – são 121 ouros, 108 pratas e 101 bronzes.
Potência olímpica, os Estados Unidos aparecem apenas em quarto no quadro de medalhas histórico, com 96 ouros, 97 pratas e 68 bronzes. A terceira maior vencedora das Paralimpíadas de Inverno é a Áustria (102 ouros, 108 pratas e 104 bronzes). A Rússia, mandante em 2014 e que foi "campeã" dos Jogos de Inverno que antecedem a Paralímpiada, surge em sexto lugar, com 64 ouros, 68 pratas e 44 bronzes.
Colaborou: Danilo Vital
O encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, disputados em Sochi (Rússia), foi marcado pela beleza das apresentações e por uma brincadeira feita pelo "frio", como é popularmente conhecido, povo russo. Veja fotos do evento no Estádio Olímpico de Fisht:
Foto: AP
Em clara brincadeira à falha ocorrida na Cerimônia de Abertura, bailarinos deixaram fechado o anel olímpico da América, antes de formá-lo inteiramente
Foto: Reuters
Mascote urso chorou ao apagar chama olímpica, em repetição ao fim dos Jogos de Verão de Moscou, em 1980
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Bailarinos simularam mar no chão do Estádio de Fisht
Foto: AFP
Bandeira russa entra no estádio de Sochi
Foto: Reuters
Presidente do COI, Thomas Bach aparece no Esádio Olímpico de Fisht ao lado de Vladimir Putin, presidente russo
Foto: Reuters
Barco representava ato "Céu e Mar"
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Fogos da cor russa iluminam céu de Sochi em encerramento
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Garota com a bandeira russa pintada no rosto sopra bolhas de sabão
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Cerimônia de Encerramento dos Jogos de Inverno foi um espetáculo à parte em Sochi
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Encerramento foi dividido em 12 partes distintas
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Luzes da Rússia iluminam estádio na chegada da bandeira nacional ao palco
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Içada por cabos, mulher dá impressão de voar pelo estádio olímpico
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Já em menor número, delegação do Brasil desfila no Estádio Olímpico de Fisht
Foto: Getty Images
Beleza nos detalhes foi marcante na Cerimônia de Encerramento
Foto: AFP
Bandeira russa divide foco com a da Grécia e da Coreia do Sul, próxima sede dos Jogos
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Homenagem ao circo foi um dos temas do encerramento
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Bailarina mostra elasticidade durante encerramento dos Jogos
Foto: Getty Images
Literatura russa foi homenageada em festa pelo fim dos Jogos
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Festa de encerramento deu grande espaço à cultura russa
Foto: AP
Revoada de páginas de livros finalizou homenagem à literatura
Foto: AP
Mascote dos Jogos marcaram presença no Estádio Olímpico
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Cerimônia de Encerramento foi rica e encantou pelos detalhes
Foto: Reuters
Dezenas de pianos homenageiam música clássica da Rússia
Foto: Reuters
Noruegueses recebem premiação da prova do cross country feminino
Foto: Getty Images
Prefeito de PyeongChang, próxima sede da Olimpíada de Inverno, recebe bandeira do COI
Foto: AP
Com assopro, mascote urso apagou a chama olímpica
Foto: AFP
Fim da cerimônia ganhou contornos dramáticos com entrada de mascotes
Foto: AFP
Desfile dos atletas foi com nações misturadas, ao contrário da abertura
Foto: AP
Foto panorâmica mostra Estádio Olímpico iluminado para Cerimônia de Encerramento
Foto: AP
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