Sem pressão de 2010, Canadá ganha "caldeirão" de fãs e leva ouro no curling
Em 2010, na Olimpíada de Inverno de Vancouver, o Canadá parecia favorito à conquista da medalha de ouro no curling feminino. Jogando em casa, a equipe capitaneada por Cheryl Bernard chegou a abrir 6 a 4 no nono end diante da Suécia, mas levou o empate no último end e tomou a virada por 7 a 6 no 11º, o end desempate. À torcida que compareceu ao Vancouver Olympic Center, restou lamentar.
Passados quatro anos, Canadá e Suécia voltaram a se encontrar na final do curling feminino na Olimpíada de Inverno de Sochi (Rússia). Assim como em 2010, a torcida canadense era maioria no ginásio e mostrou apoio ao quarteto de seu país. No entanto, diferente do que ocorrera em Vancouver, as canadenses – agora capitaneadas por Jennifer Jones – deram o troco e venceram por 6 a 3, conquistando o ouro olímpico na modalidade pela segunda vez na história.
No jogo desta quinta-feira, realizado no Ice Cube Curling Center, canadenses e suecas fizeram um jogo parelho, até certo ponto lento, que indicava empate por 1 a 1 até o final do terceiro end. Porém, no end seguinte, o Canadá conseguiu dois pontos e abriu 3 a 1, fazendo com que a torcida cheia de bandeiras começasse a disparar gritos de incentivos das arquibancadas.
A Suécia reagiu e empatou o jogo no quinto end, com 4 a 4 no placar. Após um breve intervalo, porém, a torcida vermelha seguiu empurrando com gritos de “vai, Canadá”, mostrando disposição para repetir o título olímpico de 1998 e esquecer a derrota de 2010.
Após dois blank ends (sem pontos) e algum silêncio na plateia (que contou até mesmo com um audível grito de “chato” de um torcedor), canadenses e suecos voltaram a travar uma disputa paralela de quem apoiava mais alto. Em quadra, no entanto, o Canadá superou a mesmice e dominou o oitavo e o nono ends, com três pontos e dois take outs (jogada na qual uma pedra tira uma ou mais pedras das rivais do centro do alvo).
A Suécia perdeu o jogo no nono end, justamente quando o Canadá fez dois pontos – a lead Maria Prytz teve a chance de diminuir o prejuízo, mas errou o último arremesso das escandinavas. Com três pontos de vantagem, o Canadá nem precisou levar o décimo end até o fim, vencendo matematicamente o jogo quando Jennifer Jones acertou sua antepenúltima pedra e tirou a única pedra que as rivais tinham no alvo. O público que gritava “vamos lá, Canadá” então foi à loucura, agitando bandeiras e comemorando.
Diante da pressão que Cheryl Bernard e companhia tiveram na final de 2010, o apoio de 2014 foi mais do que bem-vindo para Jennifer Jones. “Eu não podia acreditar. Ter todo o Canadá com você... Não é a pressão, mas o apoio de todo mundo, ver o apoio de todo mundo. Senti que conseguimos esse momento por tanta gente em nossas vidas, nossos amigos, nossa família”, declarou ela após a medalha de ouro.
Segundo Jones, o apoio nas fases decisivas ajudou o time a manter sua irrepreensível campanha rumo ao ouro, com 11 vitórias em 11 jogos. “Quando estávamos na semifinal ontem (quarta-feira, contra a Grã-Bretanha), o apoio foi incrívei. Acho que as pessoas queriam o ouro, mas acho que estariam orgulhosas se fossemos prata”, completou.