Sochi 2014: pista do esqui alpino downhill pode matar, avisa americano

8 fev 2014 - 12h38

(atualizado às 13h37)

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Esloveno Rok Perko lesionou o rosto após queda no ski alpino downhill
Foto: Reuters

O esquiador Bode Miller expôs os perigos que muitos de seus colegas vão enfrentar na disputa pelo ouro no domingo, ao afirmar que a traiçoeira pista de Rosa Khutor "pode matar" durante a disputa do esqui alpino downhill.

O veterano americano cravou uma velocidade de 132,59 km/h e liderou as tabelas na terceira e última bateria de treinos da prova masculina de downhill, mas ficou claramente abalado depois de ver o colega de equipe Marco Sullivan escapar por pouco de uma colisão séria.

Americano Bode Miller chegou a 132,59 km/h no esqui alpino downhill
Foto: AFP

Sullivan perdeu o controle em uma seção mais plana depois do temido salto Bear's Brow e seguia em alta velocidade rumo a uma cerca de segurança de plástico vermelho de aparência frágil quando desviou e abandonou o trajeto.

Momentos antes, o esloveno Rok Perko caiu com força e saiu com o nariz sangrando. Dez esquiadores não conseguiram completar o trajeto da pista de 3.495 metros.

"Não me matar era o (objetivo) principal", disse Miller a jornalistas depois de uma demonstração impressionante de velocidade e controle pelas reviravoltas de uma pista que disse ser "rápida pra caramba".

"É muito traiçoeira. Essa pista tem dentes em todo canto. O topo é agressivo, as velocidades são tão altas e as curvas tão ondulantes e esburacadas que você pode se desequilibrar em qualquer lugar."

Atleta do esqui alpino em Sochi posta vídeo em rede social; veja:

"Vocês viram Marco hoje. Não parece, é um lugar inócuo e não há nada lá, mas ele quase se matou. Se a queda não acontecesse daquele jeito, ele teria voado nas redes B a 121 km/h e direto nas árvores".

"Aquele ângulo em que ele seguia é a pior área de escape do percurso inteiro, e é umas dessas coisas que, se você não estiver totalmente concentrado e prestando atenção, pode te matar nessa pista", complementou, preocupado.

Sochi, na Rússia, recebe a 22ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2014 e faz relembrar as dezenas de histórias que a competição criou, inspirou e influenciou ao longo dos anos, desde 1924, quando foi realizada pela primeira vez em Charmonix, na França. Entre elas há heróis jamaicanos, arenas transformadas em praça de guerra e salto de ski em filme de James Bond; confira
Foto: Getty Images
QUENTE - Sochi é a cidade mais quente a sediar os Jogos Olímpicos de Inverno. Localizada em área de clima subtropical, às margens do Mar Negro, é considerado um resort de verão e uma das áreas russas em que o inverno não é congelante. A média da temperatura em fevereiro não é de 10°C, muito acima de outras áreas do país. Isso criou uma série de preocupações para a organização
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FRIO DEMAIS - Curiosamente, o excesso de neve causou a interrupção dos Jogos de Nagano, no Japão, em 1998. A organização precisou reforçar a segurança por conta de uma nevasca que fez com que as ruas da cidade fossem comparáveis às arenas de competição
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ATAQUE - Uma polêmica agitou os meses anteriores aos Jogos de Lilyhammer, na Noruega, em 1994. Nancy Kerrigan, uma das estrelas americanas da patinação artística, foi atacada por homem desconhecido e teve o joelho direito lesionado, ficando fora do campeonato americano. Uma investigação provou que o agressor havia sido contratado pelo ex-marido de Tonya Hardling, principal adversário de Nancy e vencedora da competição. Ambas foram aos Jogos de Inverno. Hardling terminou apenas em oitavo. Nancy, recuperada, ficou com a prata
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THE EAGLE - O apelido A Águia foi dado a Michael Edwards de forma irônica. Então melhor representante britânico do ski aéreo, conseguiu se classificar para a Olimpíada de Carlgary, no Canadá, em 1988, apesar de ser amador. Terminou em último em todas as provas que participou, com desempenho muito inferior aos demais. Por conta do fracasso e dos trejeitos (o visual e os óculos de lentes grossas), virou celebridade mundial, deu entrevistas, foi apelidado de Mr. Magoo e motivou o COI a criar uma regra segundo a qual, para se classificar para os Jogos, um competidor tem que ter desempenho mínimo estabelecido
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JAMAICA ABAIXO DE ZERO - Tão improvável quanto poderia parecer, a Jamaica debutou em Jogos de Inverno em 1988, em Calgary, no Canadá. Recrutados por americanos, os velocistas conseguiram vaga para duas competições do bobsled. Dudley Stokes e Michael White ficaram em 30° lugar entre 41 concorrentes. Na outra prova, competiram ao lado de Devon Harris e Chris Stokes, mas sofreram queda. A história ficou famosa e virou filme da Disney
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RECUSA Denver, nos Estados Unidos, conquistou, em 1970, o direito de sediar os Jogos Olímpicos de Inverno de 1976. Os anos seguintes, no entanto, foram de ampla oposição ao volume de gastos e de preocupação com a chegada de milhares de pessoas à cidade para o evento. Em 1972, os eleitores do estado foram convidados a se manifestar sobre a liberação de US$ 2 milhões para ajudar a financiar o evento. A recusa foi de cerca de 60%. Semanas depois, Denver abriu mão dos Jogos, que acabaram sediados por Innsbruck, na Áustria
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007 - A rampa usada no ski aerials dos Jogos de Cortina dAmpezzo, na Itália, virou set de filmagem para um dos filmes do agente secreto James Bond, o 007. Em For Your Eyes Only (Somente para seus olhos), de 1981, uma das cenas se passa no local
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PRAÇA DE GUERRA - Usada nas provas de bobsled nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1984, o traçado de Sarajevo, na Bósnia e Herzegovina, virou praça de guerra durante a Guerra da Bósnia, que ocorreu de 1992 a 1995. O local, ainda abandonado, foi base de artilharia e ainda conserva buracos de bombas e balas
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ESTRELA - O norueguês Bjorn Daehlie (foto) é o maior vencedor da história dos Jogos Olímpicos de Inverno. Estrela do ski cross-country, tem oito medalhas de ouro e quatro de pratas. O vencedor mais novo é o sul-coreano Yun-mi Kim, que ficou com o ouro na patinação de velocidade nos Jogos de 1994 com apenas 13 anos e 85 dias de idade. Já o mais velho é o britânico Robin Welsh Sr., campeão no curling em 1924 aos 54 anos
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OURO TARDIO - A equipe britânica de curling levou 82 anos para ter reconhecida a vitória na modalidade nos Jogos de 1924, em Paris, na França. Apenas em 2006 o Comitê Olímpico Internacional reconheceu a competição. Isso ocorreu porque a primeira edição foi a única a contar com o curling em 1932 e 1936 foi disputado como exibição. O COI não aceitava sua inclusão por não haver Federação Internacional à época
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