Sochi brinca com falha da abertura e repete choro de mascote
A Cerimônia de Encerramento dos Jogos de Inverno de 2014, disputados em Sochi (Rússia), mostrou que o povo do país do leste europeu tem senso de humor e é capaz de emocionar, apesar de ser popularmente conhecido como “frio”. Logo no início do evento, que marcou o fim da Olimpíada neste domingo e encantou o público no Estádio Olímpico de Fisht, os organizadores brincaram com a falha dos anéis olímpicos na abertura e, ao fim, o choro do mascote urso relembrou o encerramento dos Jogos de Verão de 1980.
O encerramento olímpico deu foco na parte artística à cultura russa e contou, como é tradicional, com a passagem da bandeira para a próxima sede da Olimpíada de Inverno. Em 2018, os Jogos serão realizado na Coreia do Sul, mais especificamente na cidade de PyeongChang, que foi representado no palco pelo prefeito e ganhou também um bloco durante o encerramento, assim como o Brasil em Londres 2012..
Brincadeira com falha da abertura rende aplausos do público
Dividida em 12 partes, a apresentação no Estádio Olímpico teve como primeiro ato, logo após a contagem regressiva, a representação “Céu e Mar”, com crianças que “levitaram” dentro de um barco no estádio, enquanto bailarinos dançavam no “mar” simulado abaixo. O momento marcou o início da cerimônia, que valorizou a cultura russa.
No chão, os bailarinos foram responsáveis por um dos momentos mais curiosos da abertura: ao formarem os anéis olímpicos, deixaram um deles fechado por instantes, em uma clara brincadeira à falha cometida na Cerimônia de Abertura – na Rússia, o tema virou piada e até camisas são comercializadas com o erro. Por fim, o último anel se abriu para delírio do público e fogos explodiram no Estádio Olímpico de Fisht.
Atletas têm desfile misturado; pódio russo enlouquece torcedores
Introduzidos por uma típica banda marcial russa logo após a execução do hino local por um coral de crianças, os atletas fizeram o tradicional desfile em Sochi misturados. Primeiro, entraram os esportistas que carregavam as bandeiras dos respectivos países – a carismática patinadora Isadora Williams, nascida nos EUA e filha de uma brasileira, foi a responsável por levar a do País.
Espalhados pelo centro do estádio, os porta-bandeiras recepcionaram os atletas de todo o mundo, que entraram juntos, sem a apresentação de cada delegação separadamente, como é feito na abertura – os russos foram os últimos e entraram unidos, para festa do público. Como é tradicional no encerramento, o clima do desfile dos atletas foi muito mais leve e alegre do que o da primeira cerimônia.
A premiação do cross country, esporte correspondente à maratona nos Jogos de Verão, levou à loucura os torcedores russos, já que o pódio masculino foi totalmente composto por atletas do país – o feminino, por sua vez, teve somente norueguesas. Os gritos de “Rússia!, Rússia!” tomaram conta do estádio antes da execução do hino da prova dos homens.
Homenagens à cultura russa e repetição de choro de mascote emocionam público
A retomada da parte artística do evento trouxe homenagens à diversificada cultura russa. Atos no centro do palco deram espaço, em ordem, a históricos pintores locais, à música clássica, além de escritores de destaque da literatura local, como Fiodor Dostoievski.
Na sequência, a história russa contada através da cultura deu destaque ao circo. Uma enorme tenda foi montada no centro do palco e bailarinos dançaram em seis picadeiros diferentes.
O circo foi rapidamente desmontado para a tradicional passagem da bandeira. Autoridades subiram ao palco e o prefeito de Sochi repassou a bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI) ao chefe da cidade de PyeongChang, onde será disputada a Olimpíada de 2018. Como é tradicional, a próxima sede dos Jogos foi apresentada em um dos blocos finais da cerimônia. No último pronunciamento, Thomas Bach, presidente do COI, elogiou a Rússia e disse que o país “entregou tudo que havia prometido”, além de ter mostrado ser “aberta ao mundo”. Ao anunciar que os Jogos estavam encerrados, o público rebateu com um "ahhhh".
Do discurso de Bach ao fim do evento, a Rússia começou a se despedir do público, com a presença dos mascotes dos Jogos. A pira olímpica foi apagada por um leve sopro do urso, um dos mascotes do evento, que derrubou uma lágrima com a despedida oficial, assim como o urso “Misha” em Moscou 1980 – a representação da primavera para dar sequência ao inverno e grande queima de fogos deram um fim tocante ao belo encerramento, finalizado com uma festa aos atletas dentro do estádio regida por um DJ.