Banheira de gelo e massagem de Terezinha garantem ouro nos 100 m
6 set2012 - 18h52
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Danilo Vital
Direto de Londres
Guilherme Soares de Santana começou a última quarta-feira com uma promessa e um grande problema: ajudar a corredora cega Terezinha Guilhermina a vencer os 100 m T11 apesar da lesão que o fez desabar durante a prova dos 400 m T12, na noite anterior. O segredo para a segunda medalha de ouro da dupla nos Jogos Paralímpicos de Londres, com direito a recorde mundial, foi tratamento fisioterápico e uma massagem feita pela própria atleta.
"Após a prova fui direto na banheira de gelo, fiquei lá 12 minutos. Tomei anti-inflamatório, tomei tudo o que tinha direito a tomar. Aí hoje (quarta-feira) de manhã a Terezinha fez massagem na minha perna e desembolou toda a musculatura que estava presa", contou Guilherme, que após o ouro foi exaltado pela atleta: ela pediu aplausos do público presente e foi prontamente atendida.
A atleta ficou mais de uma hora fazendo massagem para garantir que seu guia estivesse em condições para a prova mais rápida da modalidade. "Já tenho um histórico de receber massagem de diversas maneiras para soltar a musculatura, então eu falei: você não vai para a fisioterapia, eu vou cuidar de você", contou. "Ela falou: não pode embolar, mas que vai ficar dolorido, vai", riu Guilherme, já de medalha de ouro no peito.
Outras medidas tomadas pelo atleta incluíram bandagem com o fisioterapeuta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e muitos alongamentos. Guilherme sentiu desconforto muscular durante a prova, mas em pouco mais de 12 segundos pôde comemorar: com novo recorde mundial de 12s01, Terezinha garantiu o ouro e liderou o pódio brasileiro, já que Jerusa Santos foi prata e Jhulia Santos, bronze.
Os brasileiros do revezamento quase conquistaram a medalha de ouro, chegaram a comemorar a prata, mas acabaram ficando sem nenhuma medalha: os atletas, assim como os Estados Unidos, foram desclassificados da prova e ficaram sem vaga no pódio
Foto: Fernando Borges / Terra
País começou a prova mal, teve uma grande recuperação e quase levou o ouro em uma chegada emocionante dos rivais Pistorius e Fonteles
Foto: Fernando Borges / Terra
A África do Sul, de Oscar Pistorius (dir), ficou com a medalha de ouro; China e Alemanha completaram o pódio
Foto: Fernando Borges / Terra
Alan Fonteles (dir) teve que consolar companheiros após brasileiros terem a eliminação oficializada pela organização
Foto: Fernando Borges / Terra
Eliminação deixou atletas nacionais desolados; resultado final do País na disputa havia sido abaixo do recorde mundial até então em vigor
Foto: Fernando Borges / Terra
Atletas nacionais mostraram revolta e lamentação e tiveram que receber consolo
Foto: Fernando Borges / Terra
País chegou a comemorar bastante a medalha de prata, inclusive com os torcedores britânicos, antes de ter a desqualificação oficializada
Foto: Fernando Borges / Terra
Brasileiros descobriram a eliminação enquanto comemoravam e rapidamente mudaram as expressões faciais; África do Sul mostrou solidariedade aos atletas
Foto: Fernando Borges / Terra
Placar anunciou primeiro o resultado final com a prata para o Brasil e só depois mostrou as desclassificações de Brasil, que tinha levado a prata, Estados Unidos, então com o bronze, e França
Foto: Fernando Borges / Terra
Yohansson (foto) disse que ficou triste com os companheiros Emicarlo Souza e Antônio Delfino, que saem de Londres sem medalhas
Foto: Fernando Borges / Terra
Oscar Pistorius fechou a série da África do Sul para garantir a medalha de ouro para o país sul-africano
Foto: Fernando Borges / Terra
Maior expoente da Paralimpíada de Londres, Pistorius travou acirrada disputa com o brasileiro Fonteles nos metros finais, que chegou a diminuir a vantagem, mas não o suficiente para assumir a liderança
Foto: Fernando Borges / Terra
Problema que desclassificou Brasil supostamente teria sido na passagem de Yohansson para Delfino
Foto: Fernando Borges / Terra
Pistorius, assim como os outros atletas da África do Sul, comemoraram bastante a vitória e o novo recorde mundial
Foto: Fernando Borges / Terra
Atletas sul-africanos fizeram a festa com a torcida britânica no Estádio Olímpico
Foto: Fernando Borges / Terra
Após polêmicas entre Pistorius e Fonteles, relação dos brasileiros com os rivais foi amistosa no revezamento 4x100 m
Foto: Fernando Borges / Terra
Alemanha herdou a medalha dos Estados Unidos na prova e ficou com o bronze
Foto: Fernando Borges / Terra
Desempenho e festa brasileira foram frustados pela desclassificação do País
Foto: Fernando Borges / Terra
Sul-africanos diminuíram em quase um segundo o recorde mundial, então pertencente aos Estados Unidos (42s50)
Foto: Fernando Borges / Terra
África do Sul fez grande festa no Estádio Olímpico com a medalha de ouro na prova do revezamento 4x100 m